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ARTIGO

Pontes ou barreiras? Conflitos de gerações e desafios da economia

Não é produtivo alimentar rótulos de que os mais velhos são inflexíveis às mudanças, enquanto os mais novos são inexperientes e menos responsáveis nas decisões

IBEF-ES

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Foto: Freepik
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*Artigo escrito por Pedro Henrique Mariano, MBA em Controladoria e Finanças, consultor e executivo de Controladoria, Planejamento, Finanças, Orçamento, Resultado e Processos e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

Atualmente, há uma situação inédita na história da humanidade: quatro gerações economicamente ativas compartilhando o ambiente de trabalho. 

Segundo dados do IBGE de 2021, a expectativa de vida do brasileiro é de 77 anos, o que gera consequências importantes para a economia. Faz-se, então, necessário refletir sobre esses impactos, para que seja possível encontrar maneiras de lidar com os conflitos entre as gerações.

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O aumento da longevidade é uma conquista do ser humano graças à evolução da tecnologia e consequente melhoria da medicina, da nutrição, da questão sanitária e de outros aspectos que melhoram a qualidade de vida da sociedade. 

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Assim, os desafios com os quais a economia se depara estão em grande medida relacionados à forma como cada geração estabelece suas aspirações e propósitos e, portanto, deve-se equilibrar o convívio social e as relações de trabalho.

As empresas se empenham em entender as diferenças entre as gerações por dois principais motivos: 

1) Obter sucesso na venda de produtos e serviços, alcançando seu público-alvo com estratégias adequadas; 
2) Preencher a lacuna geracional entre seus colaboradores, tornando o ambiente de trabalho mais eficiente através da boa relação entre os profissionais e trabalho em equipe.

Construindo pontes no lugar das barreiras

As gerações em questão são compostas pelos baby boomers (nascidos entre 1940 e 1960, pós Segunda Guerra Mundial), a geração X (nascidos entre 1960 e 1980), a geração Y (nascidos entre 1980 e 1995, também conhecidos como millennials) e a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). 

Dadas as diferenças de idade, é possível mapear traços da personalidade de cada grupo, sendo que as faixas etárias podem sofrer alguma variação conforme a fonte de estudo das informações.

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Pontos fortes de cada faixa etária podem ser explorados, de forma a tirar proveito de equipes com diversidade de visão sobre o mundo. 

Por exemplo, os baby boomers ocupam, em geral, posições de liderança e possuem grande experiência e conhecimento para contribuir com decisões estratégicas. 

Já a geração X possui capacidade de adaptação, o que é importante para implementar mudanças organizacionais e desempenhar papéis de liderança. 

Integrantes da geração Y cresceram com o salto de tecnologia do final do século XX, portanto, tem familiaridade com temas relacionados à inovação e à transformação digital. 

Em seguida, as pessoas da geração Z possuem habilidade natural com tecnologia e resposta mais rápida às mudanças e inovações.

Tem-se a comunicação como fator a ser trabalhado em prol do bom relacionamento de pessoas de faixas etárias distintas. 

Não é produtivo alimentar rótulos de que os mais velhos são inflexíveis e fechados às mudanças, enquanto os mais novos são inexperientes e menos responsáveis nas decisões. As divergências de visão e opinião não devem fechar portas entre as gerações, mas sim precisam ser trabalhadas como oportunidade de se obter resultados mais ricos e mais robustos.

Estimular a transferência de conhecimento entre as gerações tem o potencial de criar atalhos para os mais jovens com os aprendizados e lições dos mais velhos, assim como os mais jovens podem apoiar gerações anteriores na adaptação ao novo ritmo que a tecnologia impõe, de forma a manter os mais velhos por mais tempo ativos e contribuindo com a sociedade. 

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O modo de aprender e trabalhar diverge, também, em relação à execução de tarefas e rotinas presenciais ou de forma remota e mais flexível com o apoio da tecnologia.

O conservadorismo e a capacidade de inovação devem ser aliados, sendo que ambas possuem vantagens se conduzidas com sabedoria e desvantagens no caso de exageros ou de condutas mal estruturadas. Contrapontos são importantes para equilibrar os pesos em qualquer discussão e tarefa em equipe.

Políticas ambientais e mudanças climáticas são temas trazidos para discussão pelas gerações mais jovens, em convergência com a pauta ”Ambiental, Social e Governança” (Environmental, Social and Governance). 

Essa também é fonte de conflitos, dado que gerações anteriores podem demonstrar dificuldade com mudanças de paradigmas que impactam o mercado atual, a estabilidade do emprego e a indústria consolidada. 

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Se torna este mais um ponto relevante para o equilíbrio do crescimento econômico sustentável, visando preservar o mundo para as gerações futuras.

As áreas responsáveis pela gestão de pessoas nas empresas têm a necessidade de se aprofundar neste tema, dado que o preço de se omitir a respeito pode dar espaço aos conflitos geracionais. 

Entre as consequências da omissão estão o risco do clima organizacional ruim, a queda na produtividade e a insatisfação com o trabalho.

O desenvolvimento da tecnologia precisa manter entre seus objetivos a acessibilidade e a inclusão social, na medida em que deve considerar que gerações diferentes possuem habilidades distintas em relação à utilização de ferramentas no dia a dia. 

Esse ponto de vista é válido para reforçar que a tecnologia tem o propósito de servir à sociedade, considerando suas particularidades e características que incluem a idade, e não o contrário.

Objetivo: encontrar os pontos de união entre as gerações

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Em breve essa discussão deve ser estendida, dado que a geração Alfa (nascidos a partir de 2010), nos próximos anos, também será inserida nesse contexto. Os desafios tendem a escalar na mesma proporção que o desenvolvimento tecnológico acelera cada vez mais.

É preciso encarar a realidade identificando e promovendo o diálogo e a colaboração. Para isso, além de políticas que atendam aos anseios de cada geração, se faz necessário que as pessoas se dediquem a desenvolver habilidades de relacionamento interpessoal e empatia.

Entender as pessoas com as quais há relacionamento profissional é um diferencial não somente no quesito da empregabilidade, mas é importante para otimizar e potencializar os resultados com o que cada geração tem de melhor a oferecer. Fato é que toda geração precisa ser valorizada com suas características e particularidades.

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Para caminhar em direção ao futuro da sociedade e do mercado de trabalho, a chave para um desenvolvimento econômico sustentável é entender e tratar os conflitos geracionais, encontrando pontos comuns e de união.

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