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Economia

Programa OEA é importante para promover comércio do País com o mundo, diz Azevedo

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, afirmou nesta sexta-feira, 11, que o programa brasileiro de Operador Econômico Autorizado (OEA), cuja segunda fase está sendo lançada hoje, é uma iniciativa muito importante para promover o comércio do Brasil com o mundo.

"Para a economia brasileira ser competitiva, os processos de importação e exportação precisam ser eficientes. Para as empresas brasileiras, é fundamental poder contar com rapidez e segurança, pois sem isso fica difícil pensar em integração apropriada nas cadeias globais de valor", afirmou em um vídeo exibido no seminário internacional "Projeto OEA: Compliance", organizado pela Aliança Procomex e promovido pela Receita Federal.

Azevedo disse que o OEA é um passo importante na direção correta e afirmou que o Brasil tem realizado iniciativas importantes nos processos de comércio externo, totalmente alinhado com as ações da OMC.

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Mesmo assim, ele aproveitou a oportunidade para cobrar que o Congresso Nacional aprove o acordo de facilitação de comércio promovido pela OMC "o quanto antes". O acordo precisa da adesão de no mínimo dois terços dos integrantes da entidade e por enquanto apenas 50 países deram seu aval.

Competitividade

Já o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, afirmou que o programa OEA garante mais competitividade à economia doméstica, melhorando o ambiente de negócios e contribuindo para a geração de empregos.

Segundo ele, ao racionalizar recursos humanos e materiais, o programa OEA permite que a Aduana alcance melhores resultados com menos recursos, além de direcionar esforços para empresas e operações de maior risco.

"O papel da administração tributária não pode estar limitado à atividade de fiscalização do comércio exterior, mas deve ser um agente fomentador de mudanças no cenário interno. O exercício do controle aduaneiro deve ter a menor interferência possível no fluxo logístico adequado", comentou.

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Rachid lembrou que o OEA tem três fases, sendo que a primeira, chamada de "Segurança", foi lançada há um ano. A segunda fase, de Conformidade, está sendo inaugurada hoje e a terceira etapa, batizada de Integrada, deve ser desenvolvida ao longo de 2016, com implementação em 2017. O secretário citou ainda o portal único de comércio exterior, outra iniciativa para facilitar as trocas do Brasil com o mundo.

Esta segunda fase do OEA identifica e certifica operadores de baixo risco, ou seja, aqueles confiáveis. Hoje, as 15 primeiras empresas receberão seus certificados, incluindo 3M, Basf, Bosch, Dell, Embraer, GM, TAM e Samsung.

"Para o programa ter um êxito ainda maior, os empresários que ainda não se inscreveram precisam envidar esforços para conhecer o OEA e cumprir os requisitos necessários para concretizarem sua adesão", disse Rachid.

CNI

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No mesmo seminário, o diretor de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi, disse que o comércio externo é a única fonte de crescimento no Brasil atualmente.

Abijaodi afirmou que a implementação do programa OEA é um sinal claro de que o Brasil tem avançado na conformação dos controles aduaneiros aos padrões mundialmente reconhecidos.

"Ao reduzir as exigências burocráticas, estimular e promover a modernização aduaneira, o programa OEA traz maior segurança e competitividade. O operador OEA terá prioridade na conferência das autoridades aduaneiras, reduzindo significativamente o tempo do processo e gerando economia de custos", comentou.

Ele ressaltou, porém, que agora o Brasil precisa trabalhar para fechar acordo de reconhecimento mútuo de operadores OEA. "A garantia de rápidos desembaraços de cargas é uma etapa fundamental, mas a competitividade estará mais assegurada se as aduanas de destino das exportações também reconhecerem os controles estabelecidos aqui".

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Abijaodi lembrou que alguns dos principais parceiros comerciais do Brasil já possuem certificação OEA, como EUA, União Europeia, Coreia do Sul, Japão, Argentina, México e China.

O representante da CNI cobrou que, mesmo no contexto atual de baixo crescimento, que reflete na arrecadação de impostos, o governo garanta integralmente os recursos necessários para a conclusão da implementação do OEA, possibilitando que se cumpra a meta de 50% das operações de importação e exportação do Brasil sendo feitas por meio de empresas habilitadas nesse programa.

Já o coordenador executivo da Aliança Procomex, John Mein, apontou que o OEA vai mudar significativamente a maneira como a Receita Federal trabalha e também seu relacionamento com as empresas, "tornando o País muito mais competitivo no comércio internacional".

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