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Economia

Queda do minério de ferro afeta balança comercial

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - A queda do preço do minério de ferro deve dificultar a retomada da balança comercial do Brasil. O produto é o principal item da pauta de exportação do País - entre janeiro e novembro, respondeu por 11,5% do total vendido pela economia brasileira.

Em valores, nesse período, os recursos obtidos com a venda do minério somaram US$ 23,8 bilhões. No auge, em 2011, as exportações com o produto chegou a US$ 41,8 bilhões, segundo dados compilados pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

Há duas razões para a atual queda na cotação do minério de ferro. Primeiro, há um efeito de ociosidade por causa da maturação de vários investimentos feitos no passado em países produtores - como Brasil e Austrália - e que agora provocam um aumento da oferta do produto. Segundo, a desaceleração da China e consequentemente a menor demanda pelo produto também pressiona para baixo o preço do produto. "O aumento da oferta é o principal fator para a queda dos preços", diz o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). O excedente de oferta é estimado entre 5% e 10%.

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O preço médio de exportação do minério de ferro deve encerrar 2014 em US$ 75 - no ano passado, o valor da tonelada exportada foi de US$ 98. "O Brasil também está exportando menos minério de ferro porque a China começou a usar o seu próprio minério", afirma Daiane Santos, economista da Funcex. "Com essa decisão, a China consegue controlar o preço do minério."

Efeito

A desvalorização do preço do minério de ferro e de outras commodities (como petróleo e soja) devem levar o Brasil ao primeiro déficit na balança comercial em 14 anos. No acumulado de janeiro a novembro, as importações superaram as exportações em US$ 4,22 bilhões - o pior resultado para o período desde 1998.

Na segunda-feira, 1, ao divulgar os dados de novembro, o próprio Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MIDC) passou a projetar um déficit para 2014. "Este ano o déficit comercial é muito ruim porque ele agrava o quadro já difícil cenário da conta corrente", diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

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O déficit em conta corrente, que inclui balança comercial, serviços, juros, dividendos e remessas, alcançou 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado em 12 meses até outubro - o resultado indica uma elevada necessidade de financiamento externo da economia brasileira.

Futuro

Para 2015, a expectativa é de que a capacidade de produção aumente ainda mais, o que deve dificultar a subida do preço do minério de ferro e consequentemente uma melhora da balança comercial do Brasil.

O cenário negativo para a balança é reforçado porque os países compradores de produtos manufaturados das empresas brasileiras, sobretudo a Argentina, estão com uma situação econômica bastante complicada.

Na avaliação do presidente da AEB, a economia brasileira poderá ter até um superávit no ano que vem, mas ele pode ter como causa principal a queda nas importações diante da redução da demanda interna. "É difícil prever o comportamento das importações para 2015. Mas, se as exportações caírem mais do que as importações, o Brasil poderá ter até um superávit", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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