Saneamento no Brasil: lições da privatização internacional
Parcerias com a iniciativa privada no Brasil podem representar uma oportunidade única para transformar um setor crucial para o desenvolvimento sustentável
* Artigo escrito por Zeller do Valle Bernardino, sócio da Valor Investimentos e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02
A privatização dos serviços de saneamento básico tem sido um tema amplamente debatido no Brasil, especialmente diante dos desafios históricos enfrentados pelo setor público em garantir acesso universal e qualidade nos serviços de água e esgoto.
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A privatização dos serviços de saneamento poderia resolver alguns dos desafios crônicos enfrentados pelo setor público, tais como a falta de investimentos adequados, a baixa eficiência operacional e a incapacidade de expandir a cobertura de serviços para áreas mais carentes.
Um exemplo notável é o Reino Unido, onde a privatização dos serviços de água na década de 1980 resultou em significativos avanços na qualidade e na cobertura dos serviços.
As empresas privadas introduziram inovações tecnológicas, implementaram práticas de gestão eficientes e aumentaram a transparência nos processos operacionais, resultando em melhorias mensuráveis na prestação de serviços.
Outros países como França e Alemanha também passaram a adotar modelos de parcerias com o setor privado com o objetivo de melhorar o fornecimento de água e saneamento.
Esses modelos incentivam a competição no setor, estimulam a inovação e garantem uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos, promovendo um uso sustentável e responsável dos recursos naturais.
Empresas privadas trazem consigo expertise técnica e financeira, o que pode acelerar a implementação de projetos de infraestrutura e melhorar a qualidade dos serviços prestados.
Além disso, pode-se incentivar a competição no mercado, estimulando as empresas a oferecerem serviços de melhor qualidade a preços mais competitivos.
Isso cria um ambiente propício para a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias que podem beneficiar tanto consumidores quanto o meio ambiente.
É importante destacar que a privatização dos serviços de saneamento não significa ausência de regulação.
Pelo contrário, um marco regulatório robusto e eficaz é fundamental para garantir que as empresas privadas cumpram os padrões de qualidade e segurança estabelecidos, além de proteger os interesses dos consumidores.
Por fim, as parcerias com a iniciativa privada em serviços de saneamento no Brasil podem representar uma oportunidade única para transformar positivamente um setor crucial para o desenvolvimento sustentável do país.
A experiência internacional demonstra que essa abordagem tende a trazer melhorias significativas na qualidade, eficiência e acessibilidade dos serviços de água e esgoto, beneficiando diretamente milhões de brasileiros.
*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo