Casagrande sobre BR-262: "Estamos colocando dinheiro nosso para resolver o problema"
O governador do Espírito Santo disse ainda que conseguiu destravar investimentos da BR-101, e que tem expectativas para as rodovias BR-262 e BR-259
O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que o governo do Espírito Santo deve realizar investimentos de R$ 2,3 bilhões na rodovia BR-262, a partir do acordo de Mariana. O assunto foi destaque na entrevista concedida ao podcast ValorES e publicada no último domingo (03) no Folha Vitória.
"Agora mesmo, no acordo de Mariana, nós colocamos R$ 2,3 bilhões para fazer investimento na BR-262. E, se for preciso colocar algum recurso deste acordo para a gente poder também melhorar as condições da BR-259, colocaremos", afirmou.
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O governador disse ainda que conseguiu destravar investimentos da BR-101, e que tem expectativas para as rodovias BR-262 e BR-259.
"Nós conseguimos destravar os investimentos da BR-101, que retomou obras. É um grande acordo que envolve o Tribunal de Contas da União. A BR-262 e a BR-259 são expectativas que temos de resolver. Só na BR-262 nós tivemos duas tentativas de concessão e não deu certo porque o investimento é muito alto", afirmou.
Casagrande falou ainda a respeito de outras obras da malha de transportes, como a ferrovia que liga Espírito Santo e Minas Gerais, o Aeroporto de Vitória, o de Linhares e o de Cachoeiro de Itapemirim.
"Estamos agora discutindo a renovação da ferrovia que liga o Estado a Minas Gerais, também um investimento muito importante. O Aeroporto de Vitória foi resolvido antes de eu chegar ao governo, foi no período de 2015, 2016, mas foi uma luta para resolver. Inauguramos o aeroporto de Linhares, já começamos o aeroporto de Cachoeiro e Itapemirim. São investimentos estratégicos que ajudam o nosso desenvolvimento", pontuou.
"É um caminho muito importante", diz Casagrande sobre ESG
Durante a entrevista concedida ao editor de Economia do Folha Vitória, Edu Kopernick, Casagrande foi indagado a respeito das demandas ESG, que são um conjunto de práticas voltadas para a preservação do meio ambiente, responsabilidade com a sociedade e transparência empresarial.
"É um caminho muito importante. E não tem como falar disso sem falar de meio ambiente, sustentabilidade e proteção dos recursos naturais. Nós temos hoje uma excelente ação nessa área, seja através do Programa de Mudanças Climáticas, seja através do programa Reflorestar, que é a recuperação de cobertura florestal, que vai se ampliar muito agora com o acordo que a gente fechou de Mariana", declarou.
O governador disse ainda que os investimentos serão potencializados para recomposição florestal no Estado.
"Vai ter muito dinheiro para essa área de recomposição florestal, seja através do saneamento básico, que a gente tem investimentos fortíssimos no Estado, seja através do controle do desmatamento, que a gente tem hoje um acompanhamento em tempo real, seja através do plano de adaptação que nós estamos elaborando para enfrentar melhor os eventos climáticos extremos", pontuou.
Casagrande declarou ainda que é necessário mudar processos produtivos de empresas para tornar as práticas empresariais sustentáveis.
"Você tem que mudar o processo produtivo da ArcelorMittal, tem que mudar a forma de produzir da Vale e de outras empresas, e a gente tem trabalhado isso muito com as empresas. O Bandes mesmo fez uma parceria com uma startup capixaba, tratando do potencial de redução de gases de efeito estufa de diversas empresas. Nós temos hoje aqui diversas iniciativas importantes que isso vai gerando negócios verdes, que são negócios que o Brasil precisa aproveitar cada vez mais" pontuou.
Veja o vídeo completo da entrevista:
Questionado a respeito do valor que será destinado aos cofres do Espírito Santo, em função do julgamento do desastre de Mariana (MG), Casagrande apontou que a compensação será feita em duas décadas.
"Está chegando esse dinheiro da compensação pelo rompimento da barragem de Mariana. São R$ 17,3 bilhões que vão ser disponibilizados pelo Estado em 20 anos. E você terá recurso do governo federal que também terá que ser usado na Bacia do Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo", informou.
O governador do Estado também apontou que irá criar uma secretaria de articulação para administrar o recurso.
"O que eu vou fazer para usar bem esse recurso? Vou criar uma secretaria de articulação, de acompanhamento, de conexões com o governo federal. Uma equipe pequena vai cuidar de acompanhar esses investimentos. Essa secretaria vai fazer esse acompanhamento da aplicação e prestar contas desse recurso. Vamos montar uma estrutura que vai ter capacidade de nos dar segurança para usar bem esse dinheiro", disse.