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Economia

Onda de calor: Preço do ar-condicionado sobe 3 vezes mais que a inflação

As altas temperaturas influenciam a economia e a previsão é a de que tendência continue em novembro

Redação Folha Vitória

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Foto: Reprodução/ Freepik
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Em decorrência das quatro ondas de calor registradas somente no segundo semestre de 2023 no Brasil, o custo dos aparelhos de ar-condicionado já aumentou três vezes mais que a taxa de inflação, chegando a uma variação anual de 12,3% em outubro. 

Os dados são do Índice Fipe/Buscapé de Eletroeletrônicos, na comparação anual. A inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 4,8% no mesmo período.

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O aumento nos preços desses equipamentos vai na direção oposta à tendência de eletroeletrônicos em geral, que registraram uma queda de 6,8% em outubro.


O professor e economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Sérgio Crispim, responsável pelo Índice Fipe/Buscapé, esclarece que a oferta do produto não está sendo adequada para atender à demanda na mesma medida, o que tem impactado no aumento dos preços.

"Temos os dois problemas: o crescimento extraordinário da demanda com essa onda de calor, e, por outro lado, a oferta não corresponde. Além disso, tem choque de custo, em parte relacionado à logística da Zona Franca de Manaus", disse em entrevista ao Portal R7. 

Entenda mais

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Devido à seca no Amazonas, os custos logísticos na região da Zona Franca de Manaus aumentaram. Isso tem exercido pressão sobre o aumento de preços, em contraste com a tendência de outros produtos eletroeletrônicos, que estão registrando queda.

Além disso, os preços dos aparelhos de ar-condicionado estão em alta há alguns meses, o que coincide com as recentes ondas de calor que afetaram o país neste ano. 

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Com um aumento de 3,1% e 7,3% em setembro, o acréscimo de 12,3% em outubro não capturou completamente a escalada da temperatura que persiste em novembro. 

Durante a última semana, 2.707 municípios, praticamente a metade das cidades brasileiras, foram colocados em alerta máximo devido às elevadas temperaturas, conforme informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

As ondas de calor deste ano estão relacionadas ao fenômeno El Niño, conforme explicam pesquisadores. Esse fenômeno é marcado pelo enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e pelo aquecimento anormal das águas superficiais na porção leste da região equatorial do oceano Pacífico.

Expectativa para a economia 

Ainda de acordo com Crispim, a previsão é que os preços continuem a subir. "Enquanto não houver um equilíbrio adequado entre demanda e oferta, a perspectiva para os próximos meses é de aumento nos preços. Mesmo com a Black Friday, será bastante desafiador evitar a elevação dos preços".
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Além do ar-condicionado, aparelhos como ventiladores e climatizadores de ar também aumentaram o preço. Na variação anual, em outubro, houve um aumento de 2,2% e 3,5%, respectivamente.

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"Não dá para prever, mas a chance de o aumento de preços em novembro ser maior do que os 12,3% de outubro é enorme. Pode ser superior. Agora realmente a oferta não consegue acompanhar a demanda. Vamos ver o impacto disso sobre o preço", finalizou. 

*Com informações do Portal R7. 

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