Tesouro está atento e poderá voltar a atuar no mercado, diz Secunho
Brasília - O coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, disse nesta quarta-feira, 23, que o Tesouro continua atento e poderá voltar a atuar no mercado sempre que identificar volatilidade acima do que considerar normal. "Mas o Tesouro não tem intenção de atuar para reduzir nível de taxa de juros", ponderou.
Ele considerou importante a mudança de estratégia do órgão após os efeitos no mercado com a eleição de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. Passada a turbulência inicial, disse, o Tesouro entendeu que não fazia sentido uma atuação extraordinária. "Ontem retomamos os nossos leilões de venda previstos no calendário e estamos atuando dentro de um cenário de normalidade", afirmou.
O Tesouro atua sempre que há volatilidade excessiva no mercado. "O Tesouro pode reduzir os seus volumes ofertados, e, inclusive, não vender nada quando há uma dispersão elevada de taxas. Foi isso que fizemos após a eleição nos Estados Unidos. A atuação do Tesouro é para não adicionar risco ao mercado num momento em que já há bastante incertezas", completou.
Segundo ele, a ação não é inédita e foi coordenada com o Banco Central, que já vinha atuando no mercado de câmbio por meio de leilões de swap cambial tradicional. "O nosso objetivo é sinalizar ao mercado que estamos atentos", acrescentou.
Para Secunho, a avaliação é que a atuação do Tesouro foi positiva. "O simples fato do Tesouro anunciar que não fará leilões de recompra já acalma o mercado", pontuou, citando o recuo de taxas após a ação do órgão. "E também houve movimentos externos que ajudaram na estabilização", ressaltou.