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ARTIGO IBEF

O que é a Taxa Referencial (TR) e seus impactos na economia

Por ser uma taxa de juros de referência e um indicador geral utilizado na economia brasileira, a TR acaba influenciando no rendimento de algumas aplicações

IBEF-ES

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Foto: Marcelo Casal jr/ Agência Brasil
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*Artigo escrito por Hugo Paradella Albertino, economista, especialista em finanças corporativas e membro do IBEF Academy e do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

A Taxa Referencial (TR) é uma antiga conhecida dos brasileiros. Aquele que tem o hábito de guardar dinheiro em cadernetas de poupança, consultou o extrato do Fundo de garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou financiou um imóvel com recursos oriundos da poupança ou do FTGS tem suas finanças impactadas pela taxa.

A TR foi criada na década de 90, e de acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), o objetivo era o contribuir para a desindexação da economia. 

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Neste sentido, a TR foi definida e calculada a partir das taxas de juros médias pré-fixadas dos depósitos a prazo, em substituição à correção monetária, que refletia a inflação passada sob a forma de índices desde a década de 60. 

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Desde 2018, a TR é calculada diariamente a partir Taxa Básica Financeira (TBF), que, por sua vez, resulta das taxas médias praticadas nas negociações de títulos públicos prefixados. 

Traçando um paralelo, inicialmente esta taxa tinha um papel similar aquele exercido pela taxa Selic atualmente.

Por ser uma taxa de juros de referência e um indicador geral utilizado na economia brasileira, a TR acaba influenciando no rendimento de algumas aplicações financeiras relevantes, como a poupança. 

Desde 2012, a poupança oferece duas possibilidades de rendimento. Em ambos, a TR é utilizada como indexador junto a Selic. 

O primeiro deles se dá quando a Selic está abaixo de 8,5% a.a.. Neste caso, a rentabilidade da poupança será de 70% da taxa Selic, acrescida da taxa referencial. 

A segunda possibilidade ocorre quando a taxa básica de juros está acima de 8,5%.. Neste caso, a rentabilidade da poupança será de 0,5% ao mês sobre o valor depositado, mais a TR. 

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Outra rentabilidade muito impactada pela taxa referencial é a do FGTS, que atualmente remunera os saldos depositados em 3% ao ano, mais a TR. 

Sob a ótica dos financiamentos imobiliários, muitos contratos tradicionalmente atualizam o saldo devedor utilizando a TR. 

Com isso, além dos juros devidos, o montante da dívida cresce de acordo com a variação da taxa. 

Atualmente, nem todos os contratos de financiamento imobiliário seguem este modelo. Existem outros produtos que corrigem o saldo devedor por algum índice de inflação. 

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Desta maneira, embora a Taxa Referencial tenha perdido parte do seu protagonismo com o passar dos anos, a partir do surgimento de novos indicadores que assumiram papeis semelhantes, a TR segue como uma referência importante para produtos financeiros como a poupança, FGTS e os financiamentos imobiliários. 

Portanto, mesmo com seu papel dominante do passado ter sido reduzido, a TR continua como uma variável importante na economia, afetando diretamente os orçamentos de milhões de brasileiros. 

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*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo
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