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Economia

Ibovespa não resiste ao humor externo e cai pelo 3º dia, aos 114 mil pontos

Estadão Conteudo

audima
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Em cima de preço e ponto de entrada favorável, o Ibovespa parecia até bem perto do ajuste final que obteria, nesta quinta-feira, algo que tem se mostrado cada vez mais raro - descolamento do exterior. Assim, operou em alta a maior parte da sessão, mesmo quando a fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, passou a deprimir os investidores. Ao fim, prevaleceu o sinal hegemônico desde que a preocupação global com o nível dos rendimentos dos Treasuries se impôs ao apetite por risco, o que se agravou do dia 7 para cá com a abertura de nova frente de incerteza, desta vez no Oriente Médio, com o ataque do Hamas a Israel.

Nesta quinta-feira, mesmo com o sinal negativo na maior parte da sessão para os índices de ações em Nova York, e de novo avanço para os yields dos títulos do Tesouro americano, o Ibovespa resistia em leve alta aos piores momentos do dia para Nova York. Mas entregou um fechamento em leve baixa de 0,05%, aos 114.004,30 pontos, vindo de perdas nos dois dias anteriores, de 1,60% e 0,54%, após abertura positiva na semana, em alta de 0,67% na segunda-feira.

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Em Nova York, Dow Jones mostrava baixa de 0,75%, S&P 500, de 0,85%, e Nasdaq, de 0,96%, no encerramento desta quinta Na B3, o índice de referência oscilou entre mínima de 113.767,75 e máxima de 115.062,61 pontos, no início da fala de Powell, saindo de abertura aos 114.059,49 pontos na sessão.

Na semana, o Ibovespa cede 1,51%, o que coloca o recuo do mês a 2,20%. No ano, o índice sobe 3,89%. O giro financeiro foi a R$ 22,0 bilhões na sessão, no dia seguinte ao vencimento de opções sobre o Ibovespa.

Nesta quinta, mesmo sem a contribuição de Petrobras (ON -0,72%, PN -0,47%), apesar do sinal positivo do petróleo, o Ibovespa contava com apoio do setor de consumo, que subia perto de 1% à tarde, mas entregou fechamento pouco acima da estabilidade (+0,06%).

O dia se mostrava especialmente positivo também para o setor financeiro, o de maior peso no índice, com as ações de grandes bancos mostrando alta bem mais acomodada no fechamento, com ganhos entre 0,49% (Bradesco PN) e 1,16% (Itaú PN) no fim do dia. E, com o desempenho negativo não apenas de Petrobras - que veio de máxima histórica, na quarta-feira - mas também de Vale (ON -1,44%, na mínima da sessão no encerramento), o índice de materiais básicos (IMAT) fechou em baixa de 0,49%, após também ter chegado a mostrar avanço nesta quinta-feira.

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Na ponta do Ibovespa, destaque para Cielo (+6,53%), Energisa (+3,27%) e Copel (+2,97%). No lado oposto, Magazine Luiza (-6,94%), CVC (-5,54%) e Gol (-4,97%).

No início da tarde, o discurso introdutório do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em encontro promovido pelo Clube Econômico de Nova York chegou a animar os negócios em Wall Street, com os rendimentos dos Treasuries de 2 e 10 anos renovando então as mínimas da sessão, enquanto os três principais índices de ações (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq), em alta, buscavam as máximas do dia por lá.

Ao fim, as indicações reiteradas por Powell sobre a percepção do Fed quanto à inflação nos Estados Unidos acabaram por se impor, fazendo com que o ânimo inicial dos investidores refluísse.

"O sinal de Powell ainda é o de que os juros americanos permanecerão altos por mais tempo, e que a orientação da política monetária nos Estados Unidos continua a depender dos dados econômicos. Por aqui, houve descolamento em parte do dia na Bolsa, muito em função de preço, e o ajuste não era maior, nos melhores momentos da sessão, porque Vale caía e Petrobras corrigia um pouco, vindo ontem de máxima histórica", diz Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos.

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"Era um dia de alívio na B3 após uma sequência ruim, em que ainda prevalece o 'risk off', a aversão a risco. As declarações de Powell, hoje, podem ser consideradas ainda 'hawkish', com a prioridade concentrada no combate à inflação, que permanece muito alta. Apesar disso, há sinais de que parece estar convergindo para a meta. Ainda assim, o conjunto da fala de Powell fez a curva de juros subir nos Estados Unidos, e o nosso DI futuro acompanhou por aqui, à tarde", diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

"Um ponto que chamou atenção na fala de Powell, e trouxe surpresa, foi sobre os yields dos Treasuries. Ele comentou que a trajetória dos juros de mercado parece não estar atrelada ao movimento inflacionário, e ressaltou que há preocupação com a trajetória fiscal do país, o que contribuiu para sustentar os rendimentos dos títulos americanos hoje, com o vencimento de 10 anos, em especial, refletindo na sessão essa variável fiscal", diz Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.

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Contudo, "ao contrário do que sugeriria o movimento dos juros, a Bolsa resistia e mantinha a alta até bem perto do fechamento, no Brasil, diferentemente do que seria a correlação natural", aponta Larissa, da Empiricus.

Assim, até o ajuste final, parecia que haveria, na B3, "pequena reversão à média após dois dias muito ruins, com bastante notícia negativa nessas últimas sessões, especialmente com a escalada no conflito Israel-Hamas que traz efeitos potenciais sérios para a macroeconomia, em particular aos preços do petróleo", acrescenta a analista. Ela destaca que a retomada pontual beneficiava nesta quinta setores amassados, expostos a juros e ao ciclo econômico doméstico, como os de varejo, shoppings e construtoras, além do financeiro. Mas o "respiro nas carteiras" acabou não se sustentando no encerramento do dia.

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