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Economia

Tombini diz que ajuste fiscal está mais lento que o imaginado pelo governo

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Lima - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou em um evento em Lima nesta quinta-feira, 8, que o ajuste fiscal no Brasil tem ocorrido de forma mais lenta do que o inicialmente imaginado pelo governo, em meio a dificuldades políticas. As mudanças fiscais em ritmo mais lento tiveram impacto nas taxas de câmbio, o que ajudou a acelerar o ajuste externo. Além disso, tiveram impacto nos prêmios de risco do Brasil, que subiram, e levantam dificuldades para reancorar as expectativas de inflação. Tombini participou hoje de um painel com outros quatro presidentes de bancos centrais da América Latina, incluindo os do México e Colômbia. O evento faz parte da reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Lima, no Peru.

Tombini frisou em sua apresentação que tem crescido o consenso no Brasil sobre a necessidade do ajuste fiscal. O presidente do BC destacou ainda em sua apresentação que a América Latina tem que lidar com ajustes importantes que estão ocorrendo na economia mundial, incluindo a mudança da política monetária dos países desenvolvidos e a queda dos preços das commodities.

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O presidente do BC ressaltou que a autoridade monetária teve que trabalhar para conter a alta da inflação e reancorar as expectativas. "A política monetária foi ajustada para lidar com isso e foi capaz de reancorar a expectativa de inflação para um horizonte mais longo", disse Tombini, destacando que as expectativas inflacionárias para 2019, 2018 e 2017 estão reancoradas, apesar do aumento da inflação em 2015, que em parte tem relação com a depreciação do real e aumento dos preços administrados, movimento necessário para o ajuste fiscal, incluindo a alta dos preços dos combustíveis.

A desvalorização do real, de acordo com Tombini, já teve impacto na conta corrente, com déficit sendo reduzido este ano na comparação com o 2014.

Em sua apresentação ele descreveu a estratégia do BC do Brasil nos últimos anos, de ter que lidar com uma alta liquidez internacional no pós-crise financeira mundial e com o crédito no Brasil crescendo em ritmo mais intenso que o desejado. O dirigente destacou ainda que o BC também tem que manter "um olho" na estabilidade financeira no país.

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