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Economia

Brasil deixou passar o ‘bônus demográfico’, dizem FMI e Banco Mundial

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Rio - O Brasil perdeu a oportunidade de fazer crescer a economia com o impulso do "bônus demográfico" e, agora, precisa fazer reformas para aumentar a produtividade e corrigir desequilíbrios nas finanças públicas. Essa é a principal conclusão, para o Brasil, a partir de dados compilados no Relatório de Monitoramento Global 2015/2016: Metas de Desenvolvimento numa Era de Mudança Demográfica, na visão de economistas que participaram nesta sexta-feira, 16, de um seminário na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

O estudo, feito por técnicos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), foi divulgado semana passada, na reunião anual das instituições, em Lima, no Peru. Uma de suas principais conclusões é que o mundo passa por uma transição demográfica, na qual a migração de pessoas de países mais pobres para os mais ricos, como o que ocorre hoje na Europa, veio para ficar. Segundo o estudo, a transição demográfica global remodelará o desenvolvimento econômico por décadas, criando novos desafios para as políticas públicas.

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No caso do Brasil, o foco é o aumento da produtividade. Classificado, no estudo, como país de "dividendo tardio" na demografia, o Brasil "enfrenta o desafio de aumentar a produção por trabalhador, enquanto protege o padrão de vida de sua crescente população de idosos", diz o relatório, num capítulo que traz um estudo do caso brasileiro.

Os países de "dividendo tardio" em termos demográficos são aqueles de renda média-alta, cujas taxas de fertilidade caem fortemente e, embora o peso da população em idade ativa no total também siga trajetória de queda, a estrutura etária da sociedade ainda é favorável ao crescimento e desenvolvimento econômico.

No seminário de hoje, Philip Schellekens, economista-sênior do Banco Mundial e principal autor do relatório, chamou a atenção várias vezes para a forte queda nas taxas de natalidade no Brasil e o envelhecimento da população.

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Para o diretor-executivo do Brasil no FMI, Otaviano Canuto, está claro que o Brasil perdeu o "bônus" demográfico - estágio etário da população em que há uma concentração de pessoas em idade ativa, trabalhando e pagando impostos e contribuições para a Previdência. O problema é que as políticas de Previdência no Brasil não criaram incentivos à formação de poupança.

"Nosso sistema previdenciário, tirando a parte de assistência social, que é 2% do PIB, é dos mais generosos que existem no mundo", disse Canuto, no seminário na FGV, que marcou a segunda apresentação do relatório, após a divulgação em Lima.

Ainda assim, o fato de o Brasil ter perdido o bônus demográfico não é desculpa para deixar de correr atrás do prejuízo. O foco deve ser uma reforma da Previdência e políticas de aumento da produtividade, como melhoria do ambiente de negócios e investimentos em infraestrutura, com participação de capital privado.

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"Tem uma agenda aí em que a gente vai ter que focar menos na concessão de presentinhos e mais na busca de produtividade. Se a gente consegue mudar as tendências de produtividade no País é uma maneira de deixar para trás o desperdício da oportunidade. Não adianta só ficar lamentando o passado", disse Canuto.

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