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Economia

Arquitetura e design transformam e valorizam áreas urbanas

Muitos nem imagem, mas além de redefinir e moldar o horizonte urbano, a arquitetura tem o poder de transformar o estilo de vida e valorizar as cidades

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Freepik @diana.grytsku
Cidade de Modetnm, no centro de luxo de Dubai, Emirados Árabes Unidos
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Você já parou para pensar sobre como a arquitetura tem o poder de transformar o ambiente urbano, influenciar o estilo de vida dos moradores e até mesmo valorizar determinadas regiões? Um exemplo claro disso é Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que teve a paisagem completamente transformada.

Originalmente um deserto árido, a cidade se reinventou através de empreendimentos arquitetônicos inovadores, audaciosos e um tanto extravagantes, como o famoso Burj Khalifa, considerado hoje o edifício mais alto do mundo.

Foto: Reprodução - Site Burj Khalifa
Burj Khalifa

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Com seus 828 metros de altura, design futurista e tecnologia de ponta, o empreendimento tornou-se também um ícone de luxo e inovação. A torre possui um design inspirado na flor de Hymenocallis, com uma estrutura que se estreita conforme sobe, proporcionando tanto estabilidade quanto um visual deslumbrante.

Outro empreendimento icônico na cidade é o Palm Jumeirah, uma criação que revolucionou o conceito de ilhas artificiais e a paisagem costeira de Dubai. 

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Uma das maiores e mais complexas obras de engenharia civil do mundo, o Palm Jumeirah nada mais é do que uma ilha artificial com a forma de uma palmeira, conhecida por suas frondes (folhas) que se estendem em direção ao mar, criando uma aparência distinta e muito marcante.

Foto: Depositphotos - ChinaImages
 Palm Jumeirah

Além de representar um marco na engenharia e no design de ilhas artificiais, a construção também adicionou quilômetros de nova linha costeira em Dubai, antes limitada, o que permitiu a expansão das áreas urbanas e a construção de novos empreendimentos residenciais e turísticos.

Afinal, o que é a arquitetura?

Em História da Arquitetura I, Solange Dias define o termo como

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"a arte ou ciência de projetar espaços organizados, por meio do planejamento urbano e da edificação, para abrigar os diferentes tipos de atividades humanas. seguindo determinadas regras, o objetivo é criar obras adequadas ao seu propósito, visualmente agradáveis e capazes de proporcionar prazer estético"

Com o passar dos anos, surgiram vários estilos arquitetônicos, como a arquitetura moderna, contemporânea, romana, grega, gótica, renascentista e sustentável, cada um com suas particularidades. 

Foto: TV Vitória

O arquiteto e urbanista Sandro Pretti explica como arquitetura tem o poder de transformar o ambiente urbano, especialmente em cidades que não possuem um contexto natural atraente, como era o caso de Dubai. Por outro lado, em cidades que possuem uma beleza natural, a arquitetura complementa e realça o que a natureza já oferece.

"Uma cidade, às vezes, tem um contexto ambiental bonito, mas quando isso não acontece, é a arquitetura que faz a diferença. Temos um exemplo extremo que é Dubai, que originalmente era um deserto árido, e a arquitetura transformou a cidade em um ícone global, assim como Las Vegas também", destaca ele.

Imóveis de luxo elevam o padrão urbano em Vila Velha

Assim como acontece mundo afora, no Espírito Santo também há exemplos de como a arquitetura pode transformar uma região. Um deles é o Taj Home Resort, o prédio mais alto do Estado que está em construção no bairro Jockey de Itaparica, em Vila Velha.

Foto: Divulgação
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Além de elevar o padrão arquitetônico da região, o empreendimento, que possui duas torres, sendo uma com 25 e outra com 50 andares, também ajudou a atrair novos investimentos e valorizar os terrenos e imóveis vizinhos.

Para o arquiteto, a chegada do home resort provocou uma grande mudança na região, redefinindo um novo padrão para o mercado imobiliário. Ele exemplifica essa mudança ao comparar os novos projetos de prédios em Itaparica com os lançamentos anteriores.

"Uma região como o Jockey, que não tinha nada, é interessantíssimo que o Taj dá um direcionamento. Isso podemos notar em prédios que vinham sendo lançados em Itaparica, como o padrão de fachada, de acabamento, por exemplo. A arquitetura levanta o ambiente. Então, se você começa a fazer projetos que impactam negativamente, ninguém vai querer fazer um prédio muito bonito ao lado", afirma ele.
Foto: TV Vitória

Pretti observa também como a construção de prédios com fachadas mais sofisticadas e áreas de lazer luxuosas eleva o valor de venda dos apartamentos, o que cria um efeito em cadeia: à medida que os terrenos ao redor se valorizam, os novos empreendimentos devem oferecer um padrão ainda mais alto para justificar o custo do terreno e atender à demanda.

"Uma coisa que eu gosto de falar, que é muito interessante, é a legislação permitir uma altura maior. A altura tem uma relação com os afastamentos, então quanto mais alto, maior o afastamento e menor a ocupação do solo urbano. Isso é benéfico para a cidade, porque tem mais área permeável. No Taj, por exemplo, foi ocupado 12% do solo do terreno, mas, de acordo com a lei, poderia ocupar 60%", afirma. 

De onde veio a inspiração do home resort

A arquiteta Karol Simonassi, que assina o Taj Home Resort, reforça que vê a arquitetura como uma forma de arte que enriquece e valoriza a cidade.

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Para o projeto, ela se inspirou nas torres de Dubai e em sua experiência com resorts internacionais, combinando es influências para criar um empreendimento único.

Foto: Divulgação
"Em todos os meus empreendimentos, eu sempre me inspiro em algo para fazer. A gente tem que respeitar muito também o que o empreendedor solicita. No caso do Taj, eu traduzi o que ele queria, que era trazer Dubai para a cidade.  A minha inspiração das torres foi em Dubai, ao contrário do resort, que foi uma experiência que eu tive dentro dos resorts que eu conheci fora do país. Então foi uma mistura", conta a arquiteta. 

Karol explica que fez uma verdadeira imersão na arquitetura da cidade, estudando todas as suas características e técnicas, como o uso de vidros nos empreendimentos e o design das torres. Com base nessa pesquisa e nas possibilidades de planta disponíveis, ela desenvolveu o projeto. 

"Eu fiquei um tempo pesquisando sobre Dubai e sobre as características que tinham esses empreendimentos. Fui criando com o que eu tinha possível de planta, de arquitetura, e foi nascendo o Taj. O meu primeiro traço, por estar em frente à praia, foram caravelas. Comecei a formar ele através de caravelas, que tem essa representatividade do nosso litoral, mas dentro da unificação da ideia de ser em Dubai", revela Karol.
Foto: TV Vitória

A arquiteta reforça que o resort é a tradução das residências dos bairros nobres de Dubai e a proposta é que os moradores sintam-se, de fato, em um outro lugar. Para ela, o empreendimento já mudou a identidade do bairro desde o seu lançamento.  

"Para a cidade, os terrenos valorizam e o bairro cresce como um todo. Quando tem um empreendimento que engrandece, a gente tem outras coisas vindo para acompanhar, e aqui não foi diferente. O que eu espero como arquiteta é que outros empreendimentos venham como o Taj, porque isso é ótimo para a cidade e agrega valor para os terrenos", conclui.

Novo luxo: ambientes inovadores e arte integrada 

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Durante visita ao Espírito Santo para uma palestra no Shopping Vitória, o renomado arquiteto Sig Bergamin compartilhou sua visão sobre o que, para ele, define o novo mercado de luxo. 

Com mais de 4 décadas de carreira, Bergamin estabeleceu uma marca distinta em seus projetos, reconhecidos por sua grandiosidade, ecletismo e refinamento. Suas criações ao redor do mundo são aclamadas por combinar diversidade étnica, humor, versatilidade e cores.

Foto: TV Vitória
"O novo mercado de luxo são os ambientes que antes não existiam, como salas de cinema, televisões enormes e cozinhas abertas e amplas, por exemplo. Sobre a arquitetura como arte, observamos que antigamente você fazia um apartamento e, depois, pensava em arte. Hoje, a arte—pinturas, esculturas—vem junto com a decoração. A pessoa comprava um sofá e, depois, via o que colocar em cima dele; agora, ela já pensa nisso de forma integrada", afirma. 
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Durante a pandemia, segundo ele, as pessoas passaram mais tempo em casa e descobriram o prazer de estar em um ambiente confortável e bem equipado, o que levou a uma valorização dos espaços domésticos.

"Na pandemia, as pessoas ficaram em casa, viram que é gostoso e valorizaram isso. Então elas começaram a pensar no sofá e em equipamentos de cozinha de última geração. Antes, isso era meio esquecido. Agora, elas estão gastando menos em restaurante e mais dentro de casa", disse Bergamin.
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