Decisão do BC sobre XP foi rigorosa demais, diz presidente do Itaú
O modelo anterior do negócio desenhado pelos sócios, segundo ele, poderia até mesmo aumentar a concorrência no mercado de atuação da XP
O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, admitiu, pela primeira vez, que a postura do Banco Central em relação ao investimento do banco na XP Investimento foi "rigorosa demais" ao restringir a compra do controle da corretora no futuro. O modelo anterior do negócio desenhado pelos sócios, segundo ele, poderia até mesmo aumentar a concorrência no mercado de atuação da XP.
"Mas cabe a nós acatar a decisão do Banco Central. Achamos que ainda vale a pena o investimento na XP", disse o presidente do Itaú, em reunião com analistas e investidores, nesta tarde de quarta-feira, 12.
Também presente, o copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, disse que a XP está performando até mesmo acima do valuation calculado pelo banco. "O que mudou (no modelo aprovado pelo BC) é que a gente nem sabe se um dia vai poder comprar aquilo (o controle da XP)", acrescentou.
Apesar disso, ele destacou que o fato de a XP anunciar o Itaú como acionista ajudou a corretora, que passou a ter mais confiança para atrair clientes. "A operação deles vai muito bem embora não tenhamos mais o direito de, via uma call option, comprar o controle. Mudou a questão estratégica", reforçou Setubal.
Pelo desenho final, o Itaú foi autorizado a adquirir 49,9% do capital social da XP, mas se comprometeu a não comprar o controle da corretora pelos próximos oito anos. Com a restrição, as opções de venda por parte da corretora e aquisição pelo banco foram canceladas, com qualquer movimento sendo adiado para 2026.