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Economia

Abdib prepara agenda industrial a ser entregue a presidenciáveis

Estadão Conteudo

audima
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A um mês da eleição de outubro, na qual todos os principais candidatos à Presidência prometem rever renúncias fiscais que custam 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB), a Abdib, entidade que reúne empresas de infraestrutura e indústrias de base, fez uma defesa dos incentivos e das políticas setoriais em documento que reúne propostas de reinserção produtiva da economia brasileira na cadeia global.

No texto, ao qual a reportagem teve acesso, a entidade rebate teses, atribuídas a um "liberalismo inconsequente", de que políticas industriais produzem distorções em favor de setores não competitivos. As propostas da associação serão entregues aos presidenciáveis após o lançamento do documento, que acontecerá num seminário, marcado para segunda-feira, que reunirá economistas para discutir caminhos à retomada industrial.

Ao explicar por que o apoio público a certas atividades é importante para o crescimento sustentável no longo prazo, a Abdib observa que os setores têm níveis distintos de desenvolvimento e sustenta que o Brasil, como país de renda média, enfrenta dificuldades na competição tanto em mercados de renda baixa, onde os salários são menores, quanto em países desenvolvidos, onde as tecnologias são mais avançadas.

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"Desta forma, não há sentido negligenciar políticas industriais seletivas com o argumento de que promovem distorções no mercado, uma vez que estas distorções são escolhas estratégicas do modelo de crescimento a ser adotado pelos países", aponta o documento.

A ponderação da Abdib é que as desonerações, assim como o crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sejam condicionados a metas de investimento e exportação, tendo em vista os objetivos de atualização tecnológica do parque industrial, ganhos de produtividade e diversificação da pauta exportadora em produtos intensivos em tecnologia.

O foco das políticas industriais, conforme propõe a associação, deve se dar sobre indústrias com potencial de espraiar o desenvolvimento tecnológico a outros subsetores e setores da economia.

A agenda da Abdib, a ser lançada na segunda-feira durante um debate com economistas sobre retomada da indústria, defende ainda a política de conteúdo nacional, com objetivos e prazos predeterminados, em setores de média e alta tecnologia. Assim como o excesso de incentivos fiscais, a vinculação de benefícios e subsídios a índices mínimos de insumos nacionais na produção de algumas indústrias é outra medida que recebe críticas no debate dos candidatos que concorrem à sucessão presidencial.

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O documento, entre outras medidas, propõe que a política cambial seja conduzida por um conselho fora da alçada do Banco Central (BC), com vista a uma taxa de câmbio que "estimule a inserção dos produtos manufaturados brasileiros no mercado internacional". Nesse sentido, a entidade também defende a regulação do mercado futuro de câmbio, com a criação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para controlar a volatilidade cambial.

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