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Economia

Tribunal condena GP e Arbeit a pagar indenização a consumidores da Imbra

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que o bilionário fundo GP Investments e a Arbeit Investimentos paguem todas as indenizações de consumidores que foram lesados com a falência abrupta da cadeia de clínicas dentárias Imbra. A empresa ficou famosa com sua ampla exposição em comerciais na televisão tentando atrair clientes com a promessa de um novo sorriso com próteses dentárias que todos poderiam pagar. Em 2010, a empresa foi à falência deixando na mão 25 mil pessoas que eram atendidas mensalmente por suas clínicas.

A decisão terá eficácia imediatamente após sua publicação oficial no Diário da Justiça. Isso significa que a GP e Arbeit terão de pagar o total das indenizações que forem apresentadas pela massa falida da Imbra, representada pelo escritório Mandel Advogados. Essas indenizações são, em geral, processos de clientes contra a própria empresa falida.

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Não há estimativas precisas dos valores envolvidos. No balanço da companhia, quando entrou em falência, as provisões para indenizações eram de R$ 16 milhões.

A decisão foi tomada por unanimidade pelos três desembargadores que formam a 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal. Eles concordaram com os pontos apresentados pelo juiz que julgou o caso em primeira instância no ano passado e que entendeu que se aplicava ao caso o Código de Defesa do Consumidor.

À época, em sua decisão, o juiz afirmou que os ex-controladores deviam ser "responsabilizados pelos danos causados aos consumidores, que, aos milhares, atraídos à Imbra pela intensa publicidade e pagamentos facilitados por financiamento bancário, viram suas legítimas expectativas frustradas, com serviços mal prestados, tratamentos dentários incompletos, fechamento de clínicas da noite para o dia, prontuários extraviados, cheques em poder de instituições financeiras realizando cobranças e gastos para realização do serviço com outros profissionais".

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O juiz foi ainda mais duro no texto, dizendo que o choque de gestão que o GP disse ter implementado não foi demonstrado com os documentos apresentados e que, ao contrário, testemunhas que gerenciavam clínicas dentárias revelaram que "após o GP assumir o controle houve queda de qualidade dos produtos, redução de dentistas, diminuição de profissionais nos laboratórios de prótese, aumento do prazo de consultas, tudo em prejuízo aos consumidores".

Venda por US$ 1

A venda feita para a Arbeit, uma empresa que tinha seu nome vinculado à aquisição de empresas em crise e com um sócio na lista dos maiores devedores da Previdência Social, também foi criticada pelo magistrado. A Arbeit comprou a Imbra por US$ 1 e, poucos meses depois, a empresa foi à falência, sem sequer passar pela recuperação judicial.

A advogada da Arbeit no processo, Gabriela Silva Maciel, não foi encontrada para comentar. A advogada não consta na sociedade de nenhuma firma de advocacia. No site da Arbeit, os telefones informados não atendem. Já o GP é defendido pelo advogado Ricardo Tepedino, do escritório Tepedino, Migliore, Berezowski Advogados, que, ao jornal O Estado de S. Paulo, disse que vai recorrer da decisão aos tribunais superiores.

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Tepedino alega que uma ação com base no Código de Defesa de Consumidores deveria ser proposta pelo Ministério Público, já que a massa falida não tem a prerrogativa de defender consumidores.

De qualquer forma, ele confirma que a decisão terá que ser cumprida assim que o acórdão for publicado e a massa falida apresentar a conta. Mas reforça que somente devem ser pagas indenizações requeridas pelos clientes da Imbra na Justiça. Ele diz que processos novos não devem ter efeito, já que estariam com o prazo prescrito.

A massa falida entrou com o processo contra os ex-controladores porque não tem recursos para pagar as indenizações, tampouco credores em geral. O GP, por sua vez, tem patrimônio avaliado em cerca de R$ 1 bilhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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