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Economia

Produtividade de PME é 10% das grandes no Brasil, diz Dieese

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Curitiba - O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, disse nesta sexta-feira, 11, que o Brasil precisa reformular o setor das micro e pequenas empresas, que representa 98% do número total de estabelecimentos produtivos. Isto porque a produtividade deste segmento representa 10% do que registram as grandes empresas. Em países como a Alemanha, por exemplo, essa relação é de 60%. "Isso é um impedimento estrutural para qualquer estratégia de desenvolvimento produtivo. É preciso considerar ainda o fato de que grande parte dessas micro e pequenas empresas está na informalidade, o que as impede de acessar políticas publicas básicas de acesso a crédito, tecnologias, mercados e instrumentos de gestão", afirmou durante debate no XXI Congresso Brasileiro de Economia, promovido pelo Conselho Federal de Economia (Cofecon), em Curitiba.

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Ele lembrou ainda que essas empresas que estão na informalidade contratam uma força de trabalho também informal, o que gera uma situação de desproteção laboral e social, impedindo a superação da desigualdade.

Lúcio avalia que, antes de políticas públicas setoriais, seria preciso reorganizar a macroeconomia brasileira. A taxa média de retorno esperada para um investimento produtivo no Brasil é de 8%, com inflação média de 5% nos últimos anos, enquanto investidores que aplicam na dívida pública recebem um retorno médio de 22%. "Não há políticas públicas que melhorem as condições produtivas quando o sistema econômico dá, sem nenhum risco aos rentistas, sem nenhum trabalho, um retorno três vezes maior", afirmou. "Essa é uma dimensão básica, a partir da qual qualquer outra política pública é anulada ou fica fragilizada", acrescentou.

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O diretor citou ainda o caso da indústria, que sofreu na última década com a política macroeconômica de valorização cambial. Para ele, o câmbio foi usado como instrumento de formação de reservas internacionais e controle da inflação. "Há duas décadas a indústria se bate para reorganizar-se do ponto de vista produtivo. Muitas vezes um incremento produtivo fantástico que levou anos para ser desenvolvido é destruído em segundos por uma pequena valorização cambial."

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