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Economia

Políticos e empresários atacam pacote contra crise anunciado pelo Governo Federal

Entre empresários e políticos, a opinião é quase unânime em dizer que o povo vai pagar a conta dos gastos excessivos do governo federal. CPMF deverá passar pelo Congresso

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Presidente da Findes se mostrou preocupado com o corte de investimento no Sistema S Foto: Divulgação
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Tem gosto amargo as medidas adotadas pela equipe econômica da presidente Dilma na última segunda-feira (14). Um dia depois, a repercussão do assunto não é positiva. Entre empresários e políticos, a opinião é quase unânime em dizer que o povo vai pagar a conta dos gastos excessivos do governo federal.

Outra crítica feita pelos empresários foi em relação ao corte de 30% no Sistema S e que, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, poderá representar a falência do setor.

“Quando falam em reter 30% do depósito compulsório do Sistema S pode significar a falência do setor. E é um sistema que funciona bem. O Espírito Santo recebeu 120 mil matrículas. E o  Senai, que trabalha com gratuidade, deverá formar 12 mil alunos  em 2015. Vão tirar recurso daquilo que não faz diferença para a União”, assinalou o presidente da Findes.

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O retorno da CPMF é outro ítem do pacote que não foi bem recebido pelo setor de indústria. Para o presidente da Findes, o retorno do imposto é uma forma que o governo encontrou de fazer com que o povo pague por seus erros.

Quem comunga da mesma opinião é o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Estado do Espírito Santo (Transcares), Liemar Pretti. Ao criticar o governo federal, ele fez um comparativo com a gestão de empresas.

“É muito fácil transferir a responsabilidade que é do governo federal para a sociedade. Seria muito mais eficiente se o governo reduzisse suas contas que está acima de qualquer empresa responsável. A folha está inchada. Temos uma administração que não precisamos. É fácil transferir para a classe produtiva a sua responsabilidade”, analisou o presidente do Trancares.

O impacto na classe política capixaba também foi grande. O senador Ricardo Ferraço questionou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que também faz parte da equipe econômica do governo.

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“O governo insiste na mentira à medida em que tentando ressurgir ou ressuscitar a CPMF como uma contribuição provisória, direcionando a CPMF para tapar o rombo da previdência. O governo no lugar de tratar esse assunto estruturalmente, tá de novo colocando para debaixo do tapete o problema previdenciário”, disse o senador capixaba na Comissão de Assuntos Econômicos.

O senador Magno Malta (PR) critica a presidente e diz que ela não está cumprindo com o que prometeu durante a campanha.

“Voto contra. O povo não pode pagar a conta pela imoralidade, corrupção e falta de responsabilidade do governo federal. No palanque Dilma prometeu o contrário e agora aumenta impostos e traz de volta a CPMF. Finalizo com esta frase. Quem pariu Mateus, que o embale".

Crítico contumaz das ações do governo federal, até por ser de um partido nitidamente de oposição, Max Filho (PSDB), chamou o governo de perdulário.

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“O governo não tem credibilidade de propor aumento de imposto. O governo não tem força nenhuma no parlamento. Se essas medidas são imprescindíveis, não será nesse governo que elas serão aprovadas. O Estado é pesado e é perdulário. Agora está transferindo a conta para o povo pagar. É um absurdo. Anunciou cortes em programas, mas não anunciou a redução de ministérios ou de cargos comissionados que somam cerca de 23 mil, a maioria criado pelo PT. Nos Estados Unidos há oito mil comissionados. Na Alemanha são 500 e no Brasil, 23 mil. O governo está cortando na carne… dos outros. Querem aumentar impostos porque o Estado é pesado, anacrônico e transferem a conta para o povo”, criticou Max.

Antes mesmo de conhecer a posição da bancada do PDT, que ainda iria se reunir para definir sua postura, o deputado capixaba Sergio Vidigal destacou a necessidade de se avaliar a recriação da CPMF.

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“O governo está criando mais imposto do que cortando gastos. Acho que precisamos discutir mais a CPMF. Quem paga imposto de fato é trabalhador. O setor produtivo é repassador de impostos. Quando o governo diz que suspendeu concurso ou que não aplicará reajuste nos salários dos servidores, ele não está cortando gastos, está postergando os gastos. Cortar gastos seria se cortasse o número de ministérios e de cargos comissionados”, apontou Vidigal.

O deputado Lelo Coimbra (PMDB) disse que é hora de analisar o pacote e ouvir a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff.

“O pacote de ajuste fiscal ainda não chegou ao Congresso. Mas ao anunciar as medidas de ‘ajustes’ e ‘cortes’, o governo federal não deixa claro para a sociedade a extensão do que ele abre mão e nem o que coloca na responsabilidade para o contribuinte. Hoje, na reunião de lideranças na Comissão de Orçamento, da qual participei, foi tomada a decisão de ouvir os ministros do Planejamento e de Finanças para que eles expliquem aos deputados o pacote de ajuste fiscal. A reunião será nesta quinta-feira (17)”.

E o parlamentar ainda acrescentou: 

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“Defenderemos, também, que a Comissão promova uma audiência pública para debater as medidas do governo com a sociedade organizada. O governo anunciou a volta da CPMF, e sequer vincula à saúde, mas a população não aguenta mais aumento da carga tributária. O governo apresentou uma planilha com 0,2% e, após reunião com os governadores, a imprensa especulou 0,38%, como informação de bastidores do Planalto. Os recursos da nova CPMF seriam para Previdência Social. Em 2007, quando da tentativa de volta do imposto do cheque, votei contra. A possibilidade de aprovação é muito baixa e poderá servir para desgastar ainda mais o governo e a presidente.

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