/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Economia

Donos da CSN enfrentam dificuldades para reduzir endividamento de holding

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

São Paulo - O elevado endividamento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que já colocou uma série de ativos à venda para melhorar a situação financeira, deixa a família Steinbruch, dona da empresa, diante de uma situação mais complicada para equacionar suas próprias dívidas.

Por meio de empresas de participação (holdings), os controladores alavancaram a compra da CSN e utilizaram, ao longo dos anos, os ganhos recebidos da própria siderúrgica para pagar os juros. Agora, com a possibilidade de redução dos dividendos e aumento do custo da dívida, que acompanha a taxa básica de juros da economia (Selic), os membros da família estão negociando alternativas para defender seu patrimônio.

O endividamento das holdings da família Steinbruch, Rio Iaco e Vicunha Aços, soma cerca de R$ 3 bilhões, enquanto os juros anuais estariam em torno de R$ 300 milhões e R$ 400 milhões, já embutindo a movimentação recente da Selic. Para fazer frente a esses compromissos, a CSN precisaria distribuir anualmente, entre dividendos e juros sobre capital próprio, algo entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões de forma a evitar que a família precise tirar dinheiro do bolso para pagar a remuneração aos credores, afirmou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, uma fonte próxima ao assunto.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Agora, no entanto, a companhia está deixando de figurar na lista das maiores distribuidoras de dividendos, onde ganhou espaço nos últimos anos, a despeito do ambiente desfavorável vivido pelo setor siderúrgico. Depois de pagar cerca de R$ 500 milhões no primeiro trimestre do ano, a CSN já anunciou que os dividendos estão, neste momento, fora da agenda da empresa, diante do esforço de redução das dívidas. Procurados, a CSN e Benjamin Steinbruch não comentaram.

A dívida da família Steinbruch foi contraída para comprar a fatia dos Rabinovich, seus antigos sócios, e pagar o BNDES na época do descruzamento das ações da CSN e Vale.

Composição. A dívida da Rio Iaco, que tem participação de 4,2% na CSN, está atrelada a debêntures de R$ 1,656 bilhão, com juros de 114,75% do CDI, que estariam em poder do Bradesco. A Vicunha Aços, controladora da CSN com 51,3%, é emissora de R$ 797 milhões de debêntures que estão com o Banco do Brasil e vêm de uma rolagem também de debêntures da Vicunha Siderúrgica, como parte da estrutura financeira montada para adquirir a CSN décadas atrás.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Pessoas próximas ao realinhamento das dívidas da CSN afirmam que as conversas envolvem todo o grupo. A intenção seria preservar o patrimônio da família. As debêntures da Rio Iaco, detidas pelo Bradesco, e as da Vicunha Aços, que estão com o BB, possuem como garantia real ações da CSN detidas pelas holdings.

A emissão de debêntures da Rio Iaco, por exemplo, possui como garantia fiança prestada por "Rio Purus Participações S.A, Dorothéa Steinbruch e Benjamin Steinbruch" e, além disso, a alienação fiduciária de ações ordinárias da CSN. Conforme fontes, hoje a dívida da família já corresponde a cerca de um terço da participação na CSN, que estaria empenhada com os bancos credores.

A companhia

A dívida elevada vem pressionando a CSN, que montou uma agenda financeira para ajustar sua situação. Neste ano, a companhia contratou Paulo Caffarelli, que ganhou a missão de montar uma força tarefa para reduzir o endividamento e a alavancagem, em meio a um cenário de demanda comprometida por aço no mercado interno e de ciclo de baixa do minério de ferro.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Caffarelli fez carreira no Banco do Brasil, maior credor da CSN, além de ter passagem pelo ministério da Fazenda. Outros importantes credores, segundo fontes, são o Bradesco e a Caixa. Uma das frentes da siderúrgica tem sido a venda de ativos fora do negócio principal (core business). Nessa estratégia, BB, Bradesco BBI, Credit Suisse e Goldman Sachs estão cada um com alguns ativos em mãos em busca de compradores.

A dívida líquida ajustada da CSN ao fim de junho estava em R$ 20,769 bilhões. A alavancagem da companhia, medida pela razão de dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), atingiu 5,61 vezes ao final do segundo trimestre deste ano. O indicador era de 2,71 vezes no mesmo período de 2014 e estava em 4,76 vezes nos três primeiros meses deste ano.

O alerta entre investidores se traduz pelo comportamento dos bônus de dívida da empresa, que despencaram cerca de 30% logo após a divulgação do balanço do segundo trimestre. Desde então, operam em níveis que sinalizam temores de calote ou reestruturação de dívida.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06

No exterior, também se comenta sobre o endividamento das holdings e eventual impacto nos papéis. Os estrangeiros aguardam agora a venda de ativos, acreditando que esta será a saída mais rápida para as atuais dificuldades da companhia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.