Após reforma, armazéns de porto em Vitória vão receber atividades culturais

Quem passa pelo Centro de Vitória certamente observa os velhos e deteriorados galpões da área portuária. Com um ar de abandono, o cenário é sombrio e sem vida. No entanto, a paisagem do local está prestes a mudar.

Já está em andamento a reforma dos cinco galpões de armazenamento da área portuária. Cada um deles possui cerca de 2 mil metros quadrados, que devem ser transformados em espaços multifuncionais que combinam atividades portuárias e também culturais.

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O início das obras acontece no marco de um ano de concessão do porto. A Vports vai realizar uma reforma completa, num investimento de R$ 15 milhões. O objetivo é resgatar não apenas a memória afetiva da região, mas também seu valor histórico e cultural. 

A reforma dos galpões, que começou há uma semana, está programada para durar cerca de nove meses. Durante esse período, serão aplicadas melhorias estruturais, incluindo telhados, paredes, pilares e vigas, visando preservar a integridade física desses prédios históricos.

Além disso, uma nova calçada cidadã será implementada, acompanhada por iluminação cênica, tornando o espaço não apenas funcional, mas também atraente para visitantes e moradores.

O presidente da Vports, Ilson Hulle, detalhou os esforços da empresa desde o início da concessão. Segundo ele, uma das primeiras ações foi realizar um laudo de perícia nos atuais equipamentos.

"Identificamos vários pontos críticos de corrosão, trincas, risco, inclusive, de colapso do equipamento em alguns pontos, alguns mais graves do que os outros. Imediatamente, nós iniciamos essa conversa com a Secretaria de Cultura, do Governo do Estado, junto com a Prefeitura de Vitória, para definir o que seria feito."

A iniciativa de revitalização representa um importante investimento por parte da Vports, que assumiu a concessão do porto em setembro de 2022.

A ação responde ao anseio de preservar a história e a identidade da área e também contribui para o renascimento econômico e cultural da região.

A VPorts informou que está em fase de análise e planejamento para determinar a utilização futura dos armazéns, após a finalização das obras, cuja previsão está fixada para maio de 2024.

"Naturalmente, a Vports terá oportunidade de utilizar parte desse equipamento para atividade econômica, de porto, mas parte também, no debate da utilização, poderemos também ter uma destinação cultural. Então, é um debate que nós vamos fazer aqui com a Vports para a gente poder dar a população do Estado do Espírito Santo, aí não é só de Vitória", afirmou o governador Renato Casagrande.

Veja a projeção da obra:

Visão conjunta de renovação

O chefe do executivo estadual comentou sobre a importância dessa iniciativa e de ver, em breve, um novo Centro de Vitória.

"É um importante investimento na revitalização, no apoio à revitalização do Centro. A capital sofreu um esvaziamento muito grande nas últimas décadas e agora é um caminho diferente que a gente está fazendo, para a gente poder, de fato, dar ao Centro a importância que ele tem, a importância histórica, cultural, econômica, a importância como um centro prestador de serviço e de valorização da cultura e da história do Estado do Espírito Santo."

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, destacou o significado dessa revitalização para a cidade, que se soma a outros projetos realizados pela administração municipal na região.

"Desde 2021 nós temos feito o processo de ressignificação do Centro de Vitória, que passa pelo Mucane (Museu Capixaba do Negro), pelo Mercado da Capixaba, pela Casa Porto. Isso tudo traz a volta de investimentos para o Centro. Hoje nós temos a união dos poderes públicos com a iniciativa privada, e é um momento muito importante, porque essa sinergia traz bons resultados para o capixaba", disse Pazolini.

Em um gesto simbólico para marcar o início das reformas, o governador, o prefeito de Vitória, o presidente da VPorts e outras autoridades presentes deram a "pincelada inicial" da obra.

Reforma faz parte das obrigações firmadas em contrato

O empreendimento está inserido no conjunto de obrigações estabelecidas no caderno de encargos da empresa concessionária, que comprometeu um investimento estimado em cerca de R$ 130 milhões, destinados à modernização tanto da infraestrutura quanto da superestrutura portuária.

A etapa inicial do plano terá ações como a higienização e restauração das fachadas, além do fortalecimento estrutural. A tonalidade a ser adotada será deliberada em conjunto com a Secretaria de Estado da Cultura, buscando refletir as tonalidades originais que caracterizavam os armazéns durante o período de sua construção.

As fundações dos armazéns foram construídas nas décadas de 1940 e 1950, ou seja, no século passado. Graças à marcante arquitetura, em parte, a obra existe até os dias atuais.