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Economia

Estatal descarta seguir rivais e investir em energia renovável

O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, afirmou também não estar preocupado com uma possível transferência do domínio da estatal para o setor privado na área de gás natural

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
audima
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Foto: Divulgação
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A Petrobrás não vai se espelhar nas grandes petroleiras internacionais no que diz respeito ao investimento em energias renováveis. "Cada companhia escolhe o que é melhor para ela. Não é por que a Shell está fazendo que vou copiar", afirmou ontem Roberto Castello Branco, presidente da estatal, em conversa com jornalistas, um dia após a divulgação do lucro líquido recorde de R$ 18,8 bilhões no segundo trimestre. Para ele, "existe muito marketing e poucas ações de fato" nas estratégias das grandes petroleiras globais na área de renováveis.

"Tem gente que anuncia ser comprometido com energias melhores e tal, mas se formos ver as companhias (petroleiras) europeias que focam no negócio de energia renováveis, a projeção da participação em suas receitas em 2030 é de 1%, no máximo 1,5%. Na prática, não é tudo isso", afirmou.

Distribuição de gás

Castello Branco afirmou também não estar preocupado com uma possível transferência do domínio da estatal para o setor privado na área de gás natural. A japonesa Mitsui divide com a Petrobrás o controle da subsidiária Gaspetro, empresa presente em 19 Estados. A saída da Petrobrás da Gaspetro, como sugeriu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pode gerar um novo controle do mercado, mas por um ente privado. "É um assunto para o Cade", disse.

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A japonesa Mitsui tem direito de preferência na compra das ações, mas ainda não há uma decisão do modelo de venda da Gaspetro. O Estado informou ontem que a Mitsui avalia elevar sua participação em distribuição de gás e pode comprar fatia da estatal em distribuidoras.

Além de sair dos negócios de transporte e distribuição de gás, a Petrobrás continuará a se vender outros ativos para reduzir seu alto endividamento. Mais US$ 4 bilhões podem entrar no caixa da empresa em breve, como o pagamento por áreas de exploração e produção de petróleo e gás, em fase final de negociação.

"O desinvestimento não tem apenas objetivo de redução da dívida", afirmou Castello Branco. "Tem muita coisa para fazer: vender oito refinarias, a Gaspetro e muitos outros ativos não é fácil."

'Clubinho'

Castello Branco afirmou ainda que a Petrobrás está preocupada com ela mesma e não em participar de "clubinho" de empresas no programa de destaques de estatais na B3, bolsa paulista. Esse movimento, em sua opinião, é o mesmo que "disputar a Série C do Campeonato Brasileiro". Em vez disso, a petroleira quer "disputar a Champions League". 

* As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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