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Economia

Segundo agência Fitch, alta do dólar é maior ameaça para emergentes

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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A valorização do dólar representa a maior ameaça a mercados emergentes e pressiona as notas de crédito desses países, disse nesta segunda-feira, 6, o chefe global de ratings soberanos da Fitch Ratings, James McCormack. Em evento realizado pela agência de classificação de risco na zona sul da capital paulista, McCormack comentou que a depreciação cambial encarece o custo da dívida externa e costuma levar a uma diminuição das reservas internacionais dos países em desenvolvimento.

Ele acrescentou que, com o dólar mais alto, as commodities, cotadas em moeda norte-americana, geralmente perdem valor. Ao mesmo tempo, observou, o impacto positivo nas exportações não se comprova ao longo do tempo.

O diretor da Fitch adiantou que, se o dólar ficar mais forte, como prevê a agência de classificação de risco, os ratings dos emergentes tendem a cair. Ele frisou, no entanto, que sua avaliação recai sobre mercados emergentes em geral, não especificamente a respeito do Brasil.

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No início do mês, a Fitch manteve a perspectiva estável do rating soberano brasileiro, o que indica manutenção da nota de crédito no curto prazo. Nesta segunda-feira, McCormack ponderou, contudo, que o Brasil apresenta o maior risco político entre países da América Latina.

Numa palestra sobre a economia global, McCormack traçou um cenário de dificuldades para as economias emergentes no ano que vem, já que, pela primeira vez em mais de uma década, os maiores bancos centrais do mundo devem aumentar concomitantemente os juros.

A consequência, afirmou, deve ser o enxugamento da liquidez nos mercados emergentes. "O mercado de títulos será bem diferente do que o de anos recentes." Segundo ele, num ambiente de dólar forte, investidores não veem mercados emergentes como a melhor alternativa de rendimento porque moedas fracas são, em geral, associadas a mercados de títulos que vão mal.

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O chefe global da Fitch disse ainda que a economia global crescerá mais de 3% tanto neste ano quanto em 2019, mas não exibe mais crescimento sincronizado, dado que vários países europeus estão crescendo menos de 2%.

Ao falar de seu cenário para os Estados Unidos, McCormack disse que a economia norte-americana vai acelerar o crescimento em razão de um estimulo fiscal "enorme". Esse crescimento será acompanhado por mais déficit fiscal e inflação nos Estados Unidos, fazendo com que o ritmo do aperto monetário do Federal Reserve esteja entre os riscos no cenário de emergentes, junto com a guerra comercial do presidente Donald Trump contra a China.

Na avaliação do diretor da Fitch, a preocupação, levantada pela inclinação para baixo dos juros futuros norte-americanos, a respeito da possibilidade de uma recessão dos Estados Unidos não se justifica. "A curva invertida [de rendimento dos títulos dos EUA] tem correlação com períodos de recessão, mas não é a causa."

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