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Economia

Restrições do BC não vão barrar expansão, diz XP

As imposições foram feitas para que o Itaú Unibanco fique com 49,9% do grupo

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
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As restrições impostas pelo Banco Central em aquisições futuras da XP Investimentos, ao conceder o aval para que o Itaú Unibanco fique com 49,9% do grupo, não devem impedir que a maior plataforma de investimentos do Brasil continue crescendo.

Segundo o presidente da XP, Guilherme Benchimol, a essência da estratégia de expansão da XP é orgânica. E está impedida apenas a compra de plataformas semelhantes, mas não a de outras empresas de investimento e fintechs que fazem atividades complementares, que podem reforçar esse crescimento. "Todos os sócios tiveram de fazer renúncias, mas se avançamos na operação é porque fazia sentido para todos", disse, em conversa com o Estadão/Broadcast.

Ontem, o BC aprovou a aquisição de uma fatia de 49,9% do Grupo XP (30,1% das ações ordinárias, com direito a voto) pelo Itaú e a possibilidade de elevar essa participação em 2022, com nova aprovação da autoridade, para até 62,4% do capital da XP Holding, ou 40% das ações ordinárias. O negócio envolve aporte de R$ 600 milhões pelo Itaú pela fatia de 49,9% e outros R$ 5,7 bilhões pelas ações da XP Holding.

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O Itaú assumiu o compromisso de não adquirir o controle acionário da XP Holding por oito anos. O banco fica impedido de indicar diretores para áreas financeira e de operações da XP, de ter acesso à base de dados de clientes e de prestadores de serviços dessa instituição e de influenciar as decisões em reuniões da holding.

O Itaú não poderá também adquirir fatias de outras plataformas abertas de investimento. A XP, por sua vez, não poderá privilegiar o Itaú Unibanco em contratação de operações e de serviços bancários relacionados à movimentação de recursos de seus clientes.

Em relatório, analistas do Credit Suisse afirmaram que as duas instituições colherão frutos. "A aquisição nos termos do Banco Central deve beneficiar tanto o Itaú quanto a XP, já que aumenta a exposição do Itaú a um modelo de negócios de alto crescimento, ao mesmo tempo em que coloca seu capital excedente em uso." Para a XP, o benefício deve vir de escala, considerando a extensa rede de distribuição do banco.

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Apesar do aporte de R$ 600 milhões, equivalente à metade do atual patrimônio líquido de R$ 1,2 bilhão da XP, Benchimol diz que a instituição não planejou, por enquanto, nenhum salto em termos de expansão do negócio ou entrada em novos mercados. O executivo destacou que o grupo está nesse momento trabalhando em duas frentes para convencer o público poupador sobre a importância dos agentes autônomos na escolha de seus investimentos: uma nova campanha publicitária em setembro, incluindo TV aberta, e o fortalecimento da base de agentes autônomos.

"O momento é de aumentarmos a credibilidade da marca, que é conhecida em segmento restrito. Queremos que seja tão sólida quanto à marca dos bancos", afirmou. "O que eu quero é credibilidade."

Benchimol espera que a XP amplie seu quadro atual de 3,5 mil agentes autônomos para 4,2 mil até o final do ano. A estimativa é de que, com isso, a base de clientes ativos da XP alcance 850 mil, dos 700 mil hoje. Os ativos sob gestão, hoje em R$ 170 bilhões, devem chegar a R$ 225 bilhões, enquanto o lucro líquido deve subir a R$ 650 milhões (R$ 450 milhões em 2017).

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Na campanha publicitária, a XP está investindo R$ 100 milhões. Outros R$ 150 milhões foram desembolsados em tecnologia e mudança da sede do grupo em São Paulo. No novo endereço, a empresa dobrará o espaço ocupado atualmente.

A maior novidade prometida pela XP é o lançamento, em setembro, de uma nova plataforma de negociação. Chamada Bull, permitirá que ferramentas e funcionalidades sejam adicionadas a ela, após crivo da XP. "É uma plataforma de trading que funciona com um API aberto, permitindo que comunidades de traders e do universo da tecnologia possam colocar a funcionalidade na plataforma", explicou. Dessa forma, o usuário terá um leque de ferramentas para personalizar sua plataforma de negociação de ativos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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