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Economia

Líder em transporte rodoviário, JSL busca receitas em novos segmentos

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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O grupo de logística JSL está atrás de talentos: busca três executivos para comandar divisões que passarão a atuar de forma independente e se dedicarão a serviços de transporte para o setor público, à venda de veículos e à locação de máquinas e caminhões. A ênfase na diversificação ocorre em um momento complexo: após a greve dos caminhoneiros, o segmento de transporte rodoviário ficou exposto ao tabelamento dos fretes - o que, segundo especialistas, pode afetar o lucro. Desde a paralisação dos caminhoneiros, no fim de maio, as ações da JSL caíram quase 35% na Bolsa paulista.

A tentativa de ampliar alternativas de receita vem na esteira da experiência da JSL com a locadora de veículos Movida, que também abriu capital na B3. Hoje, a "empresa-mãe" vale R$ 824 milhões na B3, R$ 470 milhões a menos do que a Movida. Embora ambas acumulem queda desde o início do ano, as perdas da JSL são bem mais expressivas: 50%, ante 12,5% da locadora, considerados os dados do fechamento de ontem.

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O presidente da JSL, Fernando Simões, diz que o transporte rodoviário ainda é o carro-chefe do grupo, com cerca de 45% do faturamento. A locadora de veículos vem em segundo, com 30%. O grupo reportou receita líquida consolidada de R$ 7,3 bilhões em 2017.

A parcela restante do faturamento está espalhada por outras três divisões, hoje subordinadas à transportadora. Com a mudança organizacional proposta, diz Simões, cada divisão terá um presidente ou diretor, que poderá definir estratégias de forma mais livre. "Todos os nossos negócios têm sinergias", afirma o executivo, que é filho do fundador do grupo, Júlio Simões, e começou a trabalhar na JSL em 1981, aos 14 anos.

Simões diz que, ao dar mais poder a cada segmento, a JSL conseguirá ter um melhor aproveitamento de ativos. A ideia é que uma atividade auxilie a outra: as concessionárias de veículos novos poderão alimentar o serviço de locação. Já a área de venda de seminovos poderá passar adiante os caminhões usados pelos clientes de aluguel.

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A divisão Vamos, por exemplo, que faz locação de máquinas e caminhões, também vai concentrar as 14 revendedoras da marca MAN, da Volkswagen, que pertencem ao grupo. O objetivo da JSL é nomear um CEO para a Vamos.

O outro negócio que deverá ganhar um novo presidente é a CS Brasil, dedicada a disputar contratos de transporte no setor público - tanto de equipamentos quanto de passageiros. Por fim, as redes de concessionárias de veículos novos do grupo - das marcas Volkswagen, Fiat e Ford - ganharão um diretor executivo.

Incertezas

Para Maurício Lima, sócio do Instituto Ilos, especializado em logística, o setor de transporte rodoviário vive um momento de insegurança com o fato de a medida provisória do tabelamento do frete ter sido aprovada pelo Congresso Nacional. "Agora, é uma medida que vai ser muito mais difícil de ser derrubada", afirma.

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Por isso, as empresas do setor deverão buscar alternativas de receita além do frete, se puderem. Uma delas, segundo Lima, é justamente o aluguel do caminhão, em vez da realização do frete completo. "O incentivo ao ganho de produtividade acabou. Agora, todo mundo terá de ir a Brasília para negociar uma tabela de frete melhor, em vez de melhorar sua operação."

Apesar de admitir os desafios atuais do setor, o presidente da JSL diz que a variedade dos serviços ofertados deixa a empresa menos exposta. Embora os fretes sejam relevantes para o negócio, parte de sua receita vem da operação completa da logística de grandes negócios.

"É um trabalho customizado", diz ele, citando que a JSL faz transporte, carregamento e gerencia estoques da fabricante de celulose Fibria e da marca Kibon, da Unilever. "No caso da Kibon, somos responsáveis por garantir o armazenamento do sorvete na temperatura correta", explica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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