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Economia

Irmãos Batista, da JBS, são alvo de novo processo sancionador na CVM

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instaurou um novo processo sancionador, ou seja, que pode resultar em punição, contra os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS. No total, das investigações iniciadas após maio de 2017, quando se tornaram públicas a conversa de Joesley com o presidente Michel Temer e sua delação premiada, ainda existem 13 procedimentos em andamento. São processos administrativos, inquéritos e sancionadores que envolvem não apenas a família e as empresas do grupo, mas também fornecedores e até concorrentes, como a BRF.

O novo processo apura a atuação dos dois e de mais três conselheiros da JBS, inclusive o pai deles, José Batista Sobrinho, no monitoramento de políticas internas da companhia, inclusive a política de proteção cambial. São fatos que começaram muito antes da delação, entre 2013 e 2017, mas vieram à tona com o pente fino do xerife do mercado de capitais no grupo.

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As informações atualizadas constam de um comunicado ao mercado, divulgado na quinta-feira, 9, pela CVM. Mostram que existem oito processos administrativos, um inquérito e três sancionadores abertos no momento. O diretor de Relações com Investidores da JBS, Jeremiah Alphonsus O'Callaghan, foi único julgado até agora, em processo que apurava seus procedimentos após o vazamento das informações, e recebeu pena de advertência, uma das mais brandas na escala do órgão regulador.

O novo processo sancionador está em fase de apresentação de defesa pelos acusados. Nos outros dois abertos anteriormente, os irmãos Batista negociam um acordo com a autarquia. Na prática, no acordo, o acusado oferece uma compensação em dinheiro e não chega a ir a julgamento.

Entre os oito processos administrativos ainda abertos, a apuração da conduta dos administradores e conselheiros em relação aos fatos que os levaram a firmar o acordo de delação premiada, ou seja, sua relação com agentes do governo, pode resultar em um novo processo sancionador. No administrativo, a CVM apura. No sancionador, leva a julgamento quando a área técnica considera que tem indícios para serem analisados pelo colegiado.

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Há ainda as apurações que extrapolam as empresas do grupo. Um deles apura suspeitas de influência no conselho de administração da BRF, empresa com a qual concorrem em alguns segmentos. Outro analisa o uso de aeronave da companhia por Joesley Batista. A BDO RCS Auditores Independentes também passou por uma inspeção para apurar os procedimentos adotados em relação às demonstrações financeiras da JBS S.A. entre 2013 e 2016.

Procurada, a JBS informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não fará comentários sobre processos específicos. A empresa diz estar "à disposição da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para quaisquer informações e esclarecimentos que se façam necessários em linha com as melhores práticas de governança e observando o interesse de seus acionistas e demais stakeholders".

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