Ipea: inflação foi de 0,26% para mais pobres e de 0,38% para mais ricos
Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 900 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 9 mil, no caso da renda mais alta
A queda nos preços dos alimentos vendidos nos supermercados fez os brasileiros mais pobres sentirem menos o impacto da inflação em julho, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de julho aponta que a população de renda muito baixa foi afetada por uma inflação de 0,26% no mês, contra uma taxa de 0,38% entre a faixa de renda mais alta.
O indicador separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 900 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 9 mil, no caso da renda mais alta.
No mês de julho, o IPCA foi de 0,33%.
"A queda de 0,6% nos preços da alimentação no domicílio foi o principal fator de alívio inflacionário entre as famílias de menor renda no país. Por sua vez, reajustes das passagens aéreas superiores a 44% e a alta de 0,7% da alimentação fora de casa penalizaram as classes mais altas", justificou o Ipea, em nota oficial.
Nos últimos 12 meses até julho, enquanto a inflação das classes mais baixas elevou-se em 3,45%, a dos mais ricos apontou variação de 5,17%.
O Grupo de Conjuntura do Ipea, responsável pelo levantamento, confirmou ainda a previsão de que a inflação oficial no País, medida pelo IPCA, encerre o ano de 2018 próximo à meta perseguida pelo governo, de 4,5%.
A projeção leva em consideração um crescimento modesto da atividade econômica em 2018, o amplo grau de ociosidade da economia e a lenta retomada do mercado de trabalho, todos atuando como limitador de uma alta de preços mais significativa especialmente nos serviços e nos bens de consumo duráveis.
"A perspectiva é de desaceleração dos preços administrados, tendo em vista que a maior parte dos reajustes da energia já foi concedida, além da baixa probabilidade de novas altas significativas na cotação do petróleo no mercado internacional", completou o Ipea.