S&P mantém nota de crédito do País após anúncio da nova meta
A alteração das metas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Em 12 meses encerrados em junho, o déficit primário ficou em R$ 167,198 bilhões
Mesmo após o governo ter elevado a meta de déficit fiscal para 2017 e 2018, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) anunciou ontem que manteve o rating soberano brasileiro em BB, citando um cenário mais estável desde as denúncias de maio contra o presidente Michel Temer.
Com a perspectiva negativa, o risco de redução do rating é de pelo menos uma chance em três nos próximos seis a nove meses, explicou a S&P. Mas a perspectiva também pode se estabilizar.
Para o estrategista e economista para a América Latina do banco Crédit Agricole, Italo Lombardi, a decisão da S&P Global de manter o rating “é justa”, dadas as dificuldades econômicas que o País enfrenta, depois de ter passado por uma recessão muito profunda, que diminuiu o PIB entre 2015 e 2016 em quase 7,4% no total do período.“Tais revisões eram inevitáveis devido às condições de fraqueza da economia, o que abalou as receitas do Poder Executivo”, aponta Lombardi.
Contas públicas
Para Sergio vale, adiamento da reforma da Previdência para 1º ano de um novo governo levará ao rebaixamento da nota do País Foto: Gabriela Biló/Estdão
Na avaliação de Sérgio Werlang, ex-diretor de Política Econômica do Banco Central e atual assessor da presidência da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil caminha para uma situação das contas públicas que “daqui a pouco” pode se tornar insustentável. Para ele, governo de Michel Temer poderia ser mais agressivo no ajuste fiscal. “O ajuste precisa ser feito com pressa”, ressaltou.