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Economia

Dólar cede mais após governo sinalizar com corte de despesas em 2025

Estadão Conteudo

audima
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A promessa feita pelo governo, de cortar despesas obrigatórias em 2025, contribuiu para que o dólar continuasse o movimento de queda iniciado ontem em relação ao real, deflagrado por um discurso mais claro do Planalto em defesa do ajuste fiscal e por um rumor de que o Banco Central teria consultado o mercado sobre a necessidade de maior liquidez no câmbio.

Com as perdas dos últimos dois pregões, o movimento da moeda brasileira ficou mais alinhado ao de outras moedas latino-americanas observado desde o final de maio, quando o rali do dólar ficou mais evidente em relação a essas divisas.

Nesta base de comparação, o dólar passou a acumular alta de 4,5% em relação ao real e de pouco mais de 6% em relação aos pesos mexicano e colombiano. Na comparação com o peso chileno, porém, a alta foi de 1,7%.

No acumulado do ano, porém, o real ainda é a moeda que mais perde na comparação com o dólar dentre as divisas de grandes países emergentes, seguida de perto pela lira turca.

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Ontem à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou o compromisso do governo com o arcabouço fiscal e as metas de resultado primário e anunciou que já foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que poderão ser cortadas do Orçamento de 2025. "Nós já identificamos, e o presidente autorizou levar à frente", acrescentou o ministro.

"O fato de Haddad sinalizar e o Lula corroborar o possível corte de gastos de fato ajudou, assim como a possibilidade de intervenção do Banco Central no câmbio", disse André Carvalho, diretor de portfólio da Acura. Ele ressaltou, porém, que o ajuste nas despesas seria "pouco" para fazer cessar a preocupação dos investidores com as contas públicas.

Cristiane Quartaroli economista-chefe do Ouribank, também aponta que, a despeito da queda do dólar hoje, a taxa de câmbio segue num nível muito elevado.

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Com o foco dos investidores voltado essencialmente ao cenário fiscal e ao compromisso político com os cortes de despesas, a notícia de que o superávit comercial de junho ficou acima do previsto teve efeito zero sobre a cotação do dólar, assim como a revisão para cima na previsão do governo para o resultado da balança comercial neste ano.

O mercado também operou hoje sem uma diretriz clara do exterior, devido ao feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos, que manteve as bolsas de lá fechadas.

O dólar à vista caiu 1,47%, a R$ 5,4864, com máxima de R$ 5,5083 (-1,08%) e mínima de R$ 5,4668 (-1,82%) na sessão. Às 17h45, O contrato da moeda para agosto recuava 1,19%, a R$ 5,5025, com máxima de R$ 5,5270 (-0,75%) e mínima de R$ 5,4830 (-1,54%).

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