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Economia

Inflação avança e elimina carne do prato do capixaba

Com a alta nos preços, sete em cada dez consumidores trocaram itens da lista de compras mas substituir produtos mais caros, como a carne bovina, por opções mais baratas como frango está cada dia mais difícil

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução TV Vitória
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Com uma renda familiar pouco maior que um salário mínimo, fazer compras virou um desafio para a autônoma Neuza Linhares. A cada ida ao supermercado, ela leva um susto. 

"Você nota que não tem mais condições de comprar os mesmos itens que a gente comprava há três meses", observa.

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Autônoma Neuza Linhares vai substituir carne por proteína de soja

A carne de boi deixou de fazer parte da lista de compras. Está difícil até substituir por opções mais em conta como o frango e a linguiça. 

"O preço agora é assustador. Minha filha ama linguiça mas falei para ela que acabou, não tem mais. Agora, vamos substituir por proteína de soja", lamenta.

A realidade de Neuza é a de muitos brasileiros. Pesquisa feita pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) apontou que 72% dos consumidores do país deixaram de comprar carne bovina considerada de primeira.  Cerca de 28% dos consumidores não levam nem de segunda. Além disso, 15% nao colocam mais no carrinho carne suína, frango ou peixe.

Para 82%, o motivo é a inflação. A prévia do índice de julho, divulgada na última terça-feira (26) foi de 0,13%, a menor desde 2020. Entretanto, a taxa acumulada no ano é de 5,79%, a segunda maior desde 2004. 

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O economista Wallace Milis explica que o consumidor vai eliminando itens de sua lista de compras à medida que o preço encarece

O economista Wallace Milis explica que o consumidor vai eliminando itens de sua lista de compras. "Ele começa cortando produtos supérfluos. Depois, esse corte chega nos produtos essenciais. Em paralelo, há também um movimento do consumidor para buscar mais marcas e produtos substitutos que compõe o mesmo nível de satisfação ou de forma aproximada", descreve.

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A alta nos preços diminuiu o poder de compra de Flávia Borges. Ela está desempregada e o seu marido acabou de perder o emprego. A renda mensal do casal agora é de R$ 400, vindos do Auxílio Brasil.  "Há meses não sei o que é comer carne vermelha. Nem de porco também. Às vezes, vejo onde os ovos estão mais baratos e compro. O frango que está na minha geladeira foi um presente que ganhei", relata.

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Flávia Borges está desempregada e há meses não compra mais nenhum tipo de carne
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A nutricionista Andrezza Marques dá dicas de substituição. "Com esse aumento no valor das carnes, acaba que a população fica restrita não só na carne vermelha como também no frango e no peixe. Temos, então, que escolher de origem animal o ovo que tem as mesmas proteínas e aminoácidos essenciais encontradas nas carnes", aponta. 

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A nutricionista Andrezza Marques indica o ovo como substituto das carnes

Para sobreviver, a aposta é aderir a estratégias de economia. Por enquanto, o aposentado Virgílio Filho tem ficado só na cestinha quando vai ao supermercado. "Pego um pouquinho aqui, vou em outra prateleira e pego outro mais. Porque não tem mais como encher o carrinho, não", lamenta.

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O aposentado Virgílio Filho não usa mais carrinho quando vai para o supermercado pois não faz mais compras de grande quantidade de itens

Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/Record TV

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