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Economia

Carro elétrico cria corrida por cobalto, que vira alvo de investimentos no País

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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A perspectiva de crescimento das vendas de veículos elétricos disparou uma corrida no segmento de mineração pelo cobalto, matéria-prima fundamental para a produção das baterias dos novos carros. No Brasil, o metal virou peça central em projetos de empresas e também de governos. Segundo apurou o ‘Estadão/Broadcast’, a mineradora Vale abandonou os planos de vender ativos no segmento e agora estuda ampliar a produção de cobalto.

O cenário promissor também levou os governos do Brasil e da Alemanha a planejar o desenvolvimento, por aqui, de tecnologias de beneficiamento do minério em áreas de produção de níquel, nas quais o cobalto era, até pouco tempo, rejeito. A mineradora britânica Horizonte Minerals é outra que estuda o potencial do metal no plano de desenvolvimento de duas minas de níquel no Brasil.

Em relatório, o banco UBS já fala em um crescimento da demanda pelo insumo de 2.000% nos próximos anos. O grande entrave está no fato de mais de 50% das reservas de cobalto do mundo estarem na República Democrática do Congo, país politicamente instável e com problemas de exploração infantil, segurança e disputas tribais. A expectativa de consultorias internacionais é que esse porcentual suba a 70% até 2021.

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Atenta às oportunidades do segmento, a Vale captou US$ 690 milhões com uma venda antecipada do insumo. O negócio permitiu que a mineradora destravasse investimentos de US$ 1,7 bilhão para a ampliação da mina de níquel de Voisey’s Bay, no Canadá. Foi a primeira iniciativa para rentabilizar a reserva do mineral da companhia que, segundo fontes, equivale a 10% das reservas totais de cobalto fora do Congo.

Operações como a da Vale se tornam mais atrativas porque a cotação do cobalto saiu de US$ 5 mil por tonelada, em 2012, para US$ 75 mil neste ano.

E a expectativa ainda é de alta. Hoje, uma pessoa que tem um tablet, um laptop, celular e uma furadeira, por exemplo, consome menos de 200 gramas do metal por ano. Se essa mesma pessoa compra um carro elétrico, o consumo sobe para ao menos 10 kg.

Parceria

Com a meta de tirar de circulação os veículos a combustão em 2030, a Alemanha conversa com o governo do Brasil para desenvolver tecnologias de beneficiamento do minério em áreas de produção de níquel. "O Brasil tem vários depósitos de níquel e suspeitamos que o rejeito tenha um teor importante de cobalto", diz o diretor de recursos minerais da Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM), Marcelo Esteves.

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Ele diz estar conversando com empresas que têm produção de níquel para abrir espaço para as pesquisas com o governo alemão. "Eles têm menos de 12 anos para garantir o fornecimento e, em média, o desenvolvimento de um projeto de beneficiamento mineral leva cerca de sete anos", completa.

A ideia também está nos planos para o Brasil da Horizonte Minerals, que pretende incluir plano de desenvolvimento das minas de níquel Araguaia e Vermelho, compradas da Vale no início do ano. Segundo a gerente geral de sustentabilidade e relações institucionais da empresa, Katie Millar, os estudos de Vermelho realizados pela Vale há 12 anos serão revisados para considerar também o cobalto. "O mercado ainda não precificou corretamente a qualidade do ativo que compramos. Vamos publicar os estudos preliminares esse ano. A expectativa é estar produzindo em 2021", diz.

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Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), conta que a corrida por cobalto está mobilizando produtores de níquel e cobre, metais mais associados ao novo "ouro azul". O Chile, por exemplo, está modificando plantas de cobre para produzir também cobalto.

"O Brasil tem entraves para desenvolver minas de níquel (de onde sairá o cobalto). Um deles é o custo da energia. Mas, a partir de US$ 18 mil por tonelada de níquel, a produção começa a fazer sentido." Hoje, a cotação está próxima de US$ 15 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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