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Economia

Novo Código Comercial é alvo de críticas

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O Novo Código Comercial, que tramita na Câmara dos Deputados, vem sendo alvo de protesto de pesquisadores e de resistência de empresários. Na iminência da aprovação do texto, entidades como a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) pedem que a tramitação seja suspensa. A votação em comissão especial estava prevista para este mês, mas foi adiada.

Até mesmo o relator do texto, deputado Paes Landim (PTB-PI), defende que seja dado mais tempo para o amadurecimento da proposta. A proposta reúne regras sobre as relações jurídicas entre empresas e empresários. O Brasil já contou, no passado, com um Código Comercial, instituído em 1850. A legislação tratava da atividade comercial em geral, do comércio marítimo e das falências. Com o tempo, partes do texto foram revogadas e substituídas por outros instrumentos legais, como o Código Civil de 2002.

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A ideia de reunir esse regramento difuso no Novo Código Comercial, de autoria do deputado Vicente Cândido (PT-SP), tramita na Câmara há mais de cinco anos. Mas o que parece uma proposta positiva para facilitar as relações comerciais vem gerando preocupação.

Um estudo comandado pela professora Luciana Yeung, do Insper de São Paulo, estima que o custo do Código, incluindo processo de adaptação, falhas no texto e problemas com burocracia, pode chegar a R$ 182 bilhões. O ponto considerado mais crítico estabelece que a empresa precisa obedecer ao conceito de função social, considerado genérico. "É muito amplo e subjetivo", disse.

Com o código aprovado, o Ministério Público poderá pedir a anulação do negócio se ficar provado que a função social não foi exercida. Só nesse artigo, a pesquisadora estima perdas de até R$ 90 bilhões, com queda no valor de mercado de empresas de capital aberto que serão atingidas pela norma.

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O tratamento dado aos investidores estrangeiros também é questionado. Em caso de falência da empresa, por exemplo, os credores de outros países serão os últimos a receber. Outro trecho do texto aumenta a burocracia para empresas de fora atuarem no Brasil. Para tanto, terão de informar nome, nacionalidade e domicílio de todos os sócios, além da participação de cada um na empresa. "Vai na contramão do que tem acontecido no mundo", diz Luciana.

Argumentando que o projeto trará insegurança jurídica, professores da USP redigiram uma carta para apresentar posição contrária à proposta. Para os titulares da Faculdade de Direito Newton de Lucca, Calixto Salomão Filho e Paula Forgioni, o texto fragiliza uma jurisprudência já consolidada, o que seria especialmente complicado no atual contexto de crise. "Poderá trazer mais turbulência que segurança nas relações jurídicas entre os empresários", afirmam.

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Em carta ao relator do projeto, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, pede que a tramitação seja suspensa até que aprimoramentos levem a um "diploma legal realmente moderno e útil". Paes Landim concorda com a avaliação da entidade. "Confesso que preferia que demorasse um pouco mais. Agora não é o momento", disse o relator. Para ganhar tempo, ele ainda terá de convencer o presidente da comissão, Laércio Oliveira (SD-SE), que pretende colocar o projeto em pauta no início de agosto. Ele acredita que a maior parte do texto está pacificada e, por isso, pode ser levado a voto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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