Tesouro vê continuidade de interesse de investidores estrangeiros em leilões
"Perspectiva é que essa participação (do investidor estrangeiro) se mantenha estável ou aumente", afirmou o coordenador-geral da dívida pública, Leandro Secunho
Brasília - Segundo o coordenador-geral da dívida pública, Leandro Secunho, o Tesouro Nacional continua vendo interesse dos investidores estrangeiros nos leilões. "Perspectiva é que essa participação (do investidor estrangeiro) se mantenha estável ou aumente", afirmou. A participação de não-residentes na dívida este mês caiu de 20,80% para 20,04%.
Segundo Secunho, o Tesouro espera terminar o ano dentro das bandas do Programa Anual de Financiamento (PAF). "A dívida está perto do teto da meta do PAF, mas esperamos cumprir a meta". De acordo com ele, "o aumento da dívida não tem relação direta com o cenário, nada que acenda a luz vermelha". O coordenador disse ainda que o aumento da dívida é uma "questão sazonal".
Outro ponto levantado por Secunho após divulgação dos dados referentes ao mês passado é o reflexo da Selic na elevação do custo médio da dívida, que é o maior desde 2009.
Emissão externa
Secunho disse que o Tesouro Nacional aguarda o melhor momento para uma emissão externa de títulos soberanos brasileiros. "Vamos acessar o mercado quando entendermos que as condições são favoráveis. Podemos acessar o mercado tanto em julho quanto na volta das férias nos Estados Unidos, em setembro", completou.
Ele repetiu que as emissões externas são qualitativas e que não há necessidade de financiamento porque os vencimentos desTe ano já estão cobertos.
Apesar de o Tesouro ter no planejamento pelo menos uma emissão externa neste ano, Secunho disse que, mesmo se isso não for feito, o volume da dívida externa permanecerá dentro das bandas do Plano Anual de Financiamento (PAF). "Temos flexibilidade para ir ou não a mercado e cumprir a banda", acrescentou.
Grau de investimento
Segundo o coordenador do Tesouro, é difícil afirmar se o custo da dívida já reflete as perspectivas de rebaixamento na nota de risco do Brasil por agências de rating. "É difícil dizer se já está precificado qualquer cenário de perda de grau de investimento ou viés negativo", afirmou.
Ele ressaltou que o governo trabalha para que o rebaixamento da nota não aconteça. "Nosso papel é dar a maior transparência possível para que análise seja da forma precisa e com o máximo de informação", completou.
Fies e Proex
De acordo com Secunho, após emitir, em junho, R$ 902,58 milhões em títulos para o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), o Tesouro soma emissão este ano de R$ 1,780 bilhão de títulos do fundo.
O coordenador ressaltou que os títulos são emitidos após demanda do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e que as instituições de ensino que concedem financiamento estudantil só podem usar os títulos para pagamento de impostos.
Houve também, disse Secunho, emissão direta para o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) no valor de R$ 35,68 milhões. No total, as emissões diretas somaram R$ 950,87 milhões em junho.