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Economia

Euro nunca esteve ameaçado e continua forte, diz Barroso

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Rio - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, defendeu nesta segunda-feira, 21, em palestra na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, a solidez do euro e a independência do Banco Central Europeu (BCE). Ele também criticou o que chamou de "glamour intelectual do pessimismo", alimentado por economistas que apostavam contra o euro no contexto da crise financeira internacional detonada em 2008. "O euro nunca esteve ameaçado. O euro continuou sendo e é uma moeda forte e estável", afirmou Barroso.

Segundo ele, a crise financeira internacional serviu para integrar ainda mais os países do bloco e fortalecer as instituições. A crise fez com que a o bloco desenvolvesse instrumentos para tentar impedir consequências mais graves, como o fundo de estabilidade com 700 bilhões de euros, a criação de regras mais rígidas para as instituições, a verificação 'ex ante' dos orçamentos nacionais a partir da governança integrada e a união bancária, que dá ao BCE autoridade para intervir em qualquer banco da zona do euro.

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"Temos um banco central europeu independente. Tem gente que acha demasiado independente, mas eu acho bom um banco central ser independente", ressaltou.

Barroso acredita que o ponto-chave nos próximos anos será integrar ainda mais o bloco. "Uma moeda (única) exige maior integração. Uma das questões mais interessantes dos próximos anos será como integrar mais a zona do euro sem afetar a unidade", disse o presidente da Comissão Europeia.

Barroso também avalia que mais países podem aderir ao euro no "futuro previsível". Hoje, 28 países integram a UE, e 18 aderiram ao euro. Para o executivo, entretanto, o caminho para o desenvolvimento e fortalecimento do bloco é a união orçamentária, embora tenha ressaltado que ainda não é o momento para essa integração.

"Há muitas formas além do orçamento para levar a uma integração econômica melhor", ponderou, destacando a união bancária e o fundo de estabilidade. "A seu tempo, teremos um orçamento com muito mais integração. A Alemanha diz sim, desde que seja feita com mais disciplina. De fato, esse (união orçamentária) é o ponto crítico, não vai avançar para já, mas vamos chegar", completou.

Economia social

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O presidente da Comissão Europeia defendeu ainda os ajustes sociais realizados em países como a Grécia após a crise do Euro. Segundo o executivo, a "maioria" dos gregos apoiam as medidas, apesar da dificuldade social momentânea. Para Barroso, apesar dos problemas, os europeus preferem a "economia social de mercado" aos modelos chinês e americano.

"Europa, apesar de todos os problemas, é a região mais rica e justa do mundo. Os europeus querem manter isso. Querem aquilo que chamamos economia social de mercado", explicou. "Mas isso tem custo e deve ser financiado pelos impostos. É uma questão de equilíbrio. Penso que estamos mais perto de alcançar agora do que antes da crise, foi um sinal de alarme."

Para o executivo, os ajustes sociais serão feitos de "forma gradual e adaptativa". "Para garantir que as pessoas tenham acesso ao sistema público de educação e de saúde, que são a regra da Europa, estamos para lançar reformas políticas em alguns países para acabar com estruturas que não são necessárias, é um ajuste inteligente", disse, destacando cortes em estruturas burocráticas dos Estados.

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Barroso disse não ser "otimista nem pessimista, mas determinado". Ele lembrou que no auge da crise europeia, em 2009, os analistas financeiros não acreditavam que a Grécia se manteria na zona do Euro. "Apesar da situação social tão difícil, há uma maioria que apoia a permanência do euro. É a resiliência do projeto do Euro", completou.

"Os intelectuais do pessimismo tinham uma razão coerente, de que as dívidas não eram sustentáveis. Mas eles esquecem o fator político. O Euro é um projeto político. Sempre acreditei que haveria vontade política dos países mais vulneráveis para fazer as reformas necessárias, e também dos países mais ricos, para apoiar essas reformas", explicou.

Segundo ele, havia naquela época uma "conspiração" contra a moeda única. "Não acredito que tenha partido de Washington ou Londres, pois isso afetaria também suas praças financeiras. Mas os investidores que jogaram muito", avaliou.

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