/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Economia

Aneel quer de volta 6 térmicas do Bertin

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Brasília - O drama vivido pelo Grupo Bertin no setor elétrico chegou ao seu momento mais agudo. A empresa, que em meados de 2008 chegou a ser alçada ao papel de nova "gigante" da geração de energia no País, após vencer dezenas de leilões do setor, está prestes a perder as últimas concessões de usinas térmicas que ainda possui.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu início ao processo de revogação dos contratos de seis usinas térmicas que permanecem nas mãos do Bertin, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. As seis térmicas, todas previstas para usar óleo diesel, somam 1.056 megawatts de potência. A falta dessa energia no sistema nacional desde janeiro de 2013, quando as usinas deveriam ter iniciado a operação, ajuda a aprofundar o rombo bilionário que assombra o setor.

As distribuidoras que contavam com essa geração precisam contratar essa energia no mercado livre, onde o preço explodiu nos últimos meses. As estimativas de mercado são de que o custo extra gerado estaria próximo a R$ 3 bilhões só neste ano.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

No cronograma de novos projetos de geração térmica previstos pela Aneel para entrar em operação até 2018, o Bertin responde sozinho por quase metade da geração total de 2.207 megawatts de usinas que hoje não têm mais previsão de sair do papel. Em nota, o Bertin informou que, "em função da mudança de cenário macroeconômico e com a crise de crédito mundial", a subsidiária Bertin Energia "teve de ser radicalmente reestruturada".

"Várias usinas foram vendidas e algumas tiveram suas licenças revogadas, e a Bertin Energia arcou com o ônus desses fatos. Restam as seis usinas de Aratu, que encontram-se em construção e onde já foram investidos perto de R$ 1 bilhão de recursos próprios. Há negociações que vêm sendo conduzidas junto à Aneel há muitos meses, e esperam-se resultados em curto prazo", disse o grupo.

A relação entre o Bertin e a agência está longe de ser amistosa. Em sua defesa nos processos, o grupo alega não ter culpa exclusiva pelos atrasos e acusa a Aneel de ter prejudicado o cronograma das obras, por causa de lentidão em processos administrativos de cada projeto.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

As usinas, previstas para serem erguidas no complexo industrial de Aratu, no litoral da Bahia, foram leiloadas em 2008. Pelo contrato, deveriam ter começado a gerar energia em janeiro de 2013, mas acabaram trilhando o mesmo destino de outros empreendimentos da empresa. Até hoje, nenhum megawatt foi gerado pelos projetos de Aratu. E nem há previsão para que isso ocorra.

Depois de esgotar as possibilidades de negociações com o Bertin, a área técnica da Aneel emitiu um "termo de intimação" contra a empresa, decisão que, na prática, marca a abertura do processo de revogação dos contratos. Nos próximos dias, o posicionamento da área técnica da agência será enviado à diretoria colegiada da Aneel, para deliberação final.

Semanas atrás, a cúpula do Bertin chegou a ter reuniões na sede da Aneel, em Brasília, para discutir os empreendimentos e tentar reverter a situação, mas sem êxito. A reportagem apurou que o grupo também tem procurado eventuais candidatos a sócios ou compradores para as térmicas. Uma negociação chegou a ser feita com a Copel, do Paraná, mas a transação não avançou. Procurada, a Copel não quis comentar o assunto.

Atrasos

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

As prateleiras da Aneel já acumulam 17 projetos cancelados do Bertin, por causa de sucessivos atrasos. A lista de multas por descumprimento de contrato também não para de crescer. A agência exige que o Bertin desembolse mais de R$ 450 milhões por esses atrasos.

Trata-se da execução das garantias previstas em cada um dos contratos assinados com o grupo. Só no ano passado, a agência chegou a impor uma multa de R$ 120 milhões à empresa por conta do atraso nos projetos da Bahia. Essas cobranças, no entanto, foram parar na Justiça e liminares judiciais impedem o pagamento de qualquer multa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.