Biofilia: como integração de natureza e arquitetura promove o bem-estar
Desde a pandemia, a percepção sobre lar mudou, e o conforto e bem-estar tornaram-se prioridades, abrindo espaço para novas tendências
"Nem toda casa é um lar". Você certamente já ouviu ou leu essa frase em algum lugar e refletiu sobre a diferença entre os dois conceitos. Uma casa é simplesmente uma estrutura física, a construção em si. Um lar, por outro lado, é sinônimo de aconchego e segurança, que transmite a personalidade de quem nele vive.
Durante a pandemia, a rotina de milhares de pessoas passou a ser inteiramente dentro de casa. Quartos se transformaram em escritórios improvisados, salas em ambientes de estudo e varandas ganharam nova vida com itens de lazer e jardins, trazendo mais leveza aos dias solitários de isolamento.
A percepção sobre o lar mudou, e o conforto e bem-estar tornaram-se prioridades, abrindo espaço para novas tendências, como a biofilia, por exemplo, que consiste em integrar a natureza à arquitetura.
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A biofilia é um conceito que se refere ao instinto humano inato de se conectar com a natureza e outras formas de vida. O termo foi popularizado pelo biólogo e autor Edward O. Wilson em seu livro "Biophilia", publicado em 1984.
O biólogo propôs que os seres humanos têm uma tendência biológica para se afiliar a outras formas de vida, resultante da evolução. Segundo ele, essa afinidade tem muitas implicações psicológicas, emocionais e até mesmo físicas, influenciando o bem-estar e a saúde das pessoas.
No design arquitetônico, o conceito inspirou a criação de espaços que integram elementos naturais, como luz natural, plantas e água. Além de enriquecer a estética, pesquisas indicam que ambientes que incorporam esses elementos podem reduzir o estresse, melhorar o humor e aumentar a produtividade.
A professora doutora do curso de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Andrea dos Santos Nascimento, explica que a interação com a natureza, como sentir o cheiro de plantas molhadas e mexer na terra, traz tranquilidade, concentração e bem-estar físico e psicológico.
Ela mesmo cultiva diversas espécies de plantas em casa, tanto comestíveis, como manjericão, cebolinha e salsinha, como as ornamentais, que deixam o ambiente ainda mais bonito e colorido.
A experiência de ter plantas em casa, segundo a professora, pode variar para quem vive em apartamentos, mas o benefício do contato com a natureza é o mesmo para todos.
"Eu não gosto muito da palavra biofilia. Acho mais adequado falarmos sobre o contato mais direto com a natureza, sem muitos cientificismos e mais simplicidade. Às vezes, quando chego do trabalho, só de tirar os sapatos, colocar os pés na terra e começar a molhar as plantas já me proporciona paz e tranquilidade. Então, para quem gosta de cheiro de planta molhada, acompanhar um brotinho desabrochar, isso tudo proporciona tranquilidade, concentração e bem-estar, não só psicológico, mas físico também", afirma ela.
A relação entre o ambiente de moradia a saúde mental
A psicóloga clínica Juliana Módolo de Lima explica como o ambiente de moradia pode impactar na saúde mental. Segundo ela, imóveis de alto padrão, por exemplo, com estruturas bem planejadas e esteticamente agradáveis, promovem sentimentos de segurança, conforto e tranquilidade, contribuindo para o bem-estar psicológico.
"Ambientes de alto padrão, geralmente têm em sua estrutura física ou estética a preocupação com mecanismos facilitem a experiência do usuário, levando a ele o que há de melhor e exclusivo, seja na área de convivência e lazer, segurança, aproveitamento de luz natural, ambientes amplos e planejados para sua finalidade. Esses podem ser elementos que objetivam em seus moradores sentimentos de segurança, conforto e tranquilidade", explica a psicóloga.
Em contrapartida, ambientes desorganizados e escuros tendem a ser menos saudáveis, potencialmente aumentando o risco de depressão, ansiedade e estresse. Ela ressalta que a saúde mental é um conceito amplo e complexo, que vai além do espaço físico de moradia.
"Por outro lado, ambientes desorganizados, escuros tendem a ser ambientes não saudáveis para se viver, uma vez que tal cenário pode trazer prejuízo a seus moradores como a tendência à depressão, ansiedade e estresse. É importante lembrar que saúde mental é algo muito maior e complexo, pois envolve não apenas o espaço de permanência e moradia, mas relações humanas e cultura familiar que, consequentemente, também envolve a saúde mental dos envolvidos", afirma.
Busca por contato com a natureza e comodidade
Diferentemente da professora Andrea, citada no início da reportagem, que já tem um lar que reflete a sua personalidade, muitas famílias ainda estão em busca de um imóvel que combine com seu estilo de vida. Mas, o que é prioridade para elas?
O corretor de imóveis André Lucas explica que, além do espaço para morar, as famílias agora buscam também comodidade, priorizando residências que ofereçam áreas de lazer, ambientes para trabalho remoto e o contato com a natureza.
"A perspectiva de moradia mudou bastante. Hoje, o cliente não quer só um metro quadrado para morar. A família, por exemplo, que tem um carro elétrico, precisa saber se existe uma vaga para carregá-lo durante a noite. As necessidades são muito diferentes de acordo com cada perfil. Uma outra situação que acontece é que o home office veio para ficar e muitas pessoas não querem 'morar no trabalho', então muitos condomínios oferecem já o espaço de coworking", explica o corretor.
Ele enfatiza que embora o preço ainda seja importante, as pessoas dão mais valor às comodidades, como mercados e restaurantes dentro dos condomínios, academias e áreas para passear com animais de estimação, itens que realmente agregam qualidade de vida.
“O preço hoje já ficou em segundo plano, pois não adianta ter um imóvel muito barato e bem localizado, mas que não vai te fornecer aquela qualidade de vida de poder usar academia, trabalhar dentro do seu condomínio, carregar o seu carro, passear com seu animal. Esse preço que se coloca, que na verdade é o valor agregado ao produto, vai te trazer muito mais qualidade de vida do que um imóvel barato que você vai precisar sair para fazer tudo”, afirma.
O arquiteto Greg Repsold reforça que, atualmente, há uma demanda por empreendimentos que reflitam a personalidade das famílias. Segundo ele, há uma busca crescente por espaços com design detalhados e itens de lazer personalizados.
“Elas querem um imóvel que, desde os pormenores do design, os itens de lazer e as pessoas que vão morar nesse condomínio, tenham uma sinergia, que casem com os valores que elas querem na vida delas. As pessoas querem ficar próximas dos seus pares, de quem divide aquela mesma visão de mundo, por isso é muito importante, quando projetamos um empreendimento, entender todo esse conceito e saber quem vão ser os futuros moradores, para que aquelas famílias entrem no empreendimento e se sintam parte deles”, explica o arquiteto.
Design e natureza em harmonia nos imóveis de luxo
O mercado de imóveis de luxo, que já oferecia uma experiência de moradia completa, também adaptou-se às necessidades das famílias. Assim, surgiram empreendimentos ainda mais espaçosos e multifuncionais, com amplas áreas de lazer, espaços de convivência social, e também áreas verdes, seguindo a tendência de biofilia.
Estruturas imponentes e arquitetura com design inovador e exclusivo são outras características que diferem os empreendimentos de luxo de imóveis de padrão popular, além do uso de materiais de alta qualidade, tecnologias avançadas de automação e serviços personalizados.
Foi por esses e outros diferenciais que o estilista e empresário capixaba, Ivan Aguilar, se encantou pelo prédio mais alto de Vitória, que está em construção no coração da Avenida Beira-Mar, e o escolheu para desfrutar da melhor idade com conforto, segurança e sofisticação.
"Eu fiquei encantado com o projeto logo que vi a primeira imagem. As curvas, o formato arredondado, o topo, o rooftop maravilhoso... Todo o entorno do prédio, a área de lazer, tudo o que vai existir me encantou, além da qualidade dos materiais e do acabamento de todas as salas e ambientes. As linhas arquitetônicas, todo o mobiliário, a iluminação, tudo isso me trouxe muita alegria", conta Ivan.
A escolha pelo Una Residence, segundo ele, foi motivada pela afinidade com seu estilo de vida e os projetos que admira. Aos 60 anos, o empresário busca tranquilidade e uma vizinhança de qualidade para compartilhar objetivos e interesses em comum.
"Combinou demais com o meu estilo de vida, com os projetos que eu admiro. Agora, busco um lugar onde eu tenha tranquilidade e possa viver em comunidade com pessoas que têm os mesmos objetivos, as mesmas afinidades, que gostam das mesmas coisas do que eu. É super importante ter uma vizinhança de qualidade", afirma o empresário.
Além de todas as características que fizeram com que Ivan se apaixonasse, o empreendimento também conta com um paisagismo focado na biofilia, com ambientes requintados próximos à plantas, água e peixes, conforme explica o arquiteto Gregório Repsold, responsável por assinar o projeto do residencial.
"O Una foi pensado com a biofilia, onde tem a arquitetura junto com a natureza, em harmonia. Então há toda uma área verde maravilhosa, foi colocado também um lago artificial com peixes perto da piscina e eles são vizinhos, se comunicam. Nós temos uma borda, então caso a água da piscina passe para o lago, não tem nenhum problema, porque o tratamento dela não tem química e não interfere na qualidade da água dos peixes. Nós vamos ter isso tudo com direito a paisagem", conta.
Mercado de luxo impulsiona crescimento do Centro de Vitória
"É um empreendimento inovador, que foge do senso comum em termos do mercado imobiliário, e faz essa disruptura para entregar o produto que ele é, diferente em todos os sentidos. Ele é único e daí até que vem o nome do empreendimento. É uma localização ímpar, um dos poucos terrenos grandes que permitiu um empreendimento desse porte em Vitória, além de ter uma localização privilegiada no que se refere à questão de vista e conexão com a baía de Vitória", conta o arquiteto.
Para ele, o residencial, que fica a cerca de 10 minutos do Centro de Vitória, também aproxima o mercado imobiliário da região, representando um vetor de crescimento e desenvolvimento para o Centro da Capital do Espírito Santo, que está em fase de revitalização.
O bairro, inclusive, consolidou-se como um dos mais valorizados na Grande Vitória, conforme o Índice FipeZAP de novembro de 2023, desenvolvido por meio de parceria entre a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o ZAP Imóveis.
No ranking dos bairros mais valorizados na Região Metropolitana de Vitória, o Centro de Vitória se destaca com um aumento de 14,9% no período de um ano.
"Na nossa visão, foi um empreendimento muito importante para a cidade de Vitória também porque aproxima o mercado imobiliário do Centro de Vitória. Ele traz esse vetor de crescimento e desenvolvimento em direção ao Centro, que já passou por muitas tentativas de revitalização que acabaram não vingando. Acreditamos que parte disso se deu pela falta de participação na iniciativa privada, então o Una é também um marco de desenvolvimento em direção ao Centro e, talvez, o primeiro passo para a verdadeira revitalização do Centro de Vitória", destaca o arquiteto.LEIA TAMBÉM:
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