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Economia

Política monetária não será usada para controlar o câmbio, reafirma Ilan

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reafirmou nesta sexta-feira, 8, que a política monetária não será usada para controlar a taxa de câmbio. O comentário, que já havia sido feito por ele na noite de quinta, durante coletiva de imprensa, surge após avaliações no mercado financeiro de que o BC poderia elevar a Selic (a taxa básica de juros) para conter a escolada do dólar ante o real. Alguns países emergentes, como a Argentina, adotaram essa estratégia recentemente.

"O regime é de câmbio flutuante, e tem sido nossa primeira linha de defesa", disse Ilan Goldfajn. "A política monetária é separada da política cambial. Não há relação mecânica entre as duas", acrescentou.

Conforme o presidente do BC, a política monetária "olha para projeções e expectativas de inflação e seu balanço de riscos e não será usada para controlar a taxa de câmbio". Ao mesmo tempo, Ilan Goldfajn reiterou que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) são sempre tomadas a cada reunião, o que ocorre a cada 45 dias.

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Estes comentários de Goldfajn foram publicados na manhã desta sexta pelo Banco Central em seu site. Eles serão proferidos nesta mesma data em dois eventos em São Paulo: uma conference call com investidores internacionais organizada pelo Bradesco e uma palestra no Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (Ibef-SP).

A íntegra dos apontamentos está disponível em http://www.bcb.gov.br/conteudo/home-ptbr/TextosApresentacoes/Apontamentos_Presidente_Ilan_eventos_08_06_vpub.PDF.

Swaps no curto prazo

O presidente do Banco Central reafirmou que a instituição vai intensificar o uso de swaps no curto prazo. "Iremos oferecer US$ 20 bilhões até o final da semana que vem, em adição aos US$ 750 milhões diários já planejados", disse.

Além disso, segundo ele, o BC poderá ir, em suas atuações com swap, além dos níveis verificados no passado, quando a posição vendida da instituição chegou a US$ 115 bilhões. Atualmente, esta posição está próxima de US$ 38 bilhões.

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Ilan Goldfajn reafirmou ainda que o BC tem atuado para prover liquidez com swaps e, juntamente com o Tesouro, tem dado liquidez ao mercado de juros. "O BC e o TN vão continuar oferecendo de forma coordenada liquidez, seja no mercado de câmbio, seja no mercado de juros", acrescentou.

Ao mesmo tempo, afirmou que o Brasil tem amortecedores robustos, fundamentos sólidos e encontra-se mais preparado para lidar com choques externos.

Comportamento volátil

O presidente do Banco Central avaliou que o mercado apresenta "comportamento volátil, com uma piora na percepção dos agentes internacionais em relação ao cenário global". "Esta percepção tem provocado pressões sobre várias economias emergentes", acrescentou.

De acordo com o presidente do BC, o diagnóstico é de que há um choque externo afetando cada país, de acordo com suas características particulares.

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Ilan Goldfajn pontuou, por outro lado, que o Brasil tem "amortecedores robustos, fundamentos sólidos e encontra-se mais preparado para lidar com choques externos".

Ele citou o balanço de pagamentos em "situação confortável" e as reservas internacionais, próximas de US$ 380 bilhões. As reservas, conforme Goldfajn, foram "acumuladas em um período externamente favorável, funcionam como um seguro e nos têm possibilitado passar por choques de diversas naturezas ao longo destes últimos anos, sem que os fluxos internacionais de comércio e de capitais fossem fortemente abalados".

Segundo ele, o atual estoque de swaps também é um fator importante para "garantir nossa habilidade para enfrentar choques e volatilidades". "Temos também um ambiente com inflação corrente baixa e expectativas ancoradas."

Em outro momento, Ilan Goldfajn reforçou mensagem já presente em outras comunicações de que o Copom, em seu próximo encontro, levará em consideração que o impacto de choques recentes sobre a política monetária ocorrem através dos seus efeitos secundários sobre a inflação. "Esses efeitos tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas e projeções de inflação ancoradas nas metas", acrescentou.

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