/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Economia

Maioria dos postos de SP repassa desconto do diesel; sinalização ainda é tímida

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Em meio ao cabo-de-guerra entre os caminhoneiros e o governo federal, a maioria dos postos de São Paulo tem repassado o desconto de R$ 0,46 no litro do diesel. Dos 47 estabelecimentos fiscalizados pela Fundação Procon-SP e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) desde o dia 24 de maio, só três não haviam baixado o preço. Já a sinalização do desconto, porém, ainda deixa a desejar: longe de "cartaz, placa e faixa", como diz portaria do Ministério da Justiça, o que se encontra nos postos é uma folha de papel pregada na bomba com letras pequenas, indicando a mudança pós-greve.

Na manhã desta quinta-feira, 7, o acompanhou uma fiscalização conjunta das duas entidades por postos na zona Leste da capital paulista. Pela portaria, os estabelecimentos devem informar o valor do diesel a partir de 1º de junho na comparação com o dia 21 de maio, data usada como base pelo governo para promover a diminuição no valor do combustível. A diferença de preços deve ser exibida de forma "clara e ostensiva", sob pena de multa administrativa.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Nos dois postos visitados pelo jornal O Estado de S. Paulo, o desconto nas refinarias já chegou às bombas. Em um deles, o litro do diesel passou de R$ 3,799 para R$ 3,339; no outro, de R$ 3,899 para R$ 3,429. Ao chegar ao local, os agentes solicitaram as notas fiscais, que indicam por qual valor os postos adquiriram o combustível da distribuidora, e os cupons fiscais, que atestam por quanto o diesel foi efetivamente vendido. Na visita, os fiscais verificam se há preços abusivos - sobretudo por conta da greve que terminou na semana passada -, bem como realizam uma análise do combustível para verificar se há alguma adulteração.

Dos postos fiscalizados até agora, sete não exibiam o preço dos combustíveis antes e depois da paralisação. Porém, mesmo nos que cumpriram a determinação, os anúncios são "tímidos": apenas uma folha sulfite tamanho A4 (ou até menor) colada na bomba, e não à entrada do posto. "As placas estão com as informações corretas, porém muito pequenas", diz Osmário Vasconcelos, diretor de fiscalização da Fundação Procon-SP. "Isso não é considerado uma irregularidade porque a portaria não determina o tamanho do anúncio, mas aconselhamos os responsáveis a trocar por uma sinalização maior e mais clara, como uma faixa ou um cartaz em um local de destaque."

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Ao ser abordado pelos agentes em um posto na Avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, zona Leste da capital paulista, o gerente Ricardo Soares rapidamente entregou as notas e cupons fiscais - já tinha tudo separado em uma pasta. "Estamos acompanhando os últimos acontecimentos com bastante atenção e já quisemos deixar os documentos separados caso alguém viesse fiscalizar", comenta. "Só fomos orientados de que a placa com o novo preço deve ser um pouco maior; já vou ver isso hoje mesmo." O posto repassou um desconto de R$ 0,47 - R$ 0,01 a mais do que o exigido pelo governo. "Por estarmos em uma avenida muito movimentada, decidimos arredondar", brinca.

Quem comemorou a redução foi Clóvis Conceição, de 43 anos. Há dois anos ele trabalha com transporte, mas utilizava um furgão. "Com a greve, sem gasolina, fiquei cinco dias parado", conta. Mas, na manhã desta quinta-feira, ele retirou da loja seu primeiro veículo a diesel. "Tive muita sorte, porque a primeira vez que vou encher o tanque já vai ser com o preço mais barato."

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Notas fiscais. Dos 47 postos fiscalizados desde o dia 24 de maio, 19 postos apresentaram alguma irregularidade, sendo que 18 foram notificados para apresentar documentos, dois tiveram bombas lacradas por combustível adulterado e quatro não mantinham notas fiscais dos combustíveis.

Márcio Salles, da área de fiscalização de combustíveis do Procon-SP, explica que, em caso de irregularidades e falta de documentos, os postos são primeiramente notificados. "Eles têm um prazo de dez dias para apresentar a documentação; se não for regularizado, aí sim partimos para a autuação."

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) afirmou nesta semana que a principal dificuldade dos postos em repassar o desconto de R$ 0,46 para o consumidor vem das distribuidoras, já que algumas ainda não estão vendendo o combustível com o desconto.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06

Roberto Saldys, chefe de fiscalização da ANP, explica que a agência é responsável por fiscalizar toda a cadeia - o que inclui as distribuidoras. Ele pondera, porém, que, por essa última portaria, a distribuidora não é passível de multa. "As distribuidoras estão sim adotando o novo preço; mas, se houver alguma irregularidade, vamos verificar e tomar as previdências administrativas", diz. "De qualquer forma, o posto precisa baixar o preço: ou compra mais barato ou reduz sua margem." Entre os dias 24 de maio e 7 de junho, o Procon-SP recebeu 5.778 denúncias contra postos, sendo 1.592 completas (com endereço e cupons fiscais), sobretudo por prática de preços abusivos. Vasconcelos informa que o consumidor que encontrar qualquer irregularidade deve prestar uma queixa no site do Procon.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.