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Economia

Empresas maquiavam remuneração de médicos para sonegar impostos no Espírito Santo, diz Receita

Operação Esculápios de Ouro foi deflagrada nesta terça, em nove hospitais particulares na Grande Vitória e interior. Segundo as investigações, prejuízo pode ultrapassar os R$ 65 milhões

Redação Folha Vitória
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Operação da Receita Federal foi deflagrada nesta terça Foto: Divulgação
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Uma operação da Receita Federal investiga empresas terceirizadas contratadas por grandes hospitais particulares do Espírito Santo. A suspeita é de que essas prestadoras de serviços, que fornecem profissionais para atendimento médico em plantões, tenham maquiado os contratos para burlar a Receita Federal. Segundo as investigações, o prejuízo pode ultrapassar os R$ 65 milhões.

A operação "Esculápios de Ouro" foi deflagrada nesta terça-feira (30), em nove hospitais particulares na Grande Vitória, Cachoeiro de Itapemirim, 

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Colatina e Linhares. As instituições não tiveram os nomes divulgados. Segundo a Receita Federal, elas são contratantes de dez empresas de 
terceirização de serviços médicos que podem estar sonegando impostos.

As empresas investigadas oferecem o serviços médicos em várias especialidades, como anestesiologia e cardiologia. O que a Receita Federal apurou é que a remuneração dos médicos que prestam serviços é maquiada ou omitida, para possibilitar a sonegação de imposto de renda e previdência social.

"Em vez de pagar salários, quando deveria haver uma relação de empregado e empresa, ou pagar honorários, foi feita a distribuição de lucros. Há aí então uma sonegação de impostos, porque lucros distribuídos são isentos", destacou o delegado da Receita Federal, Luiz Antônio Bosser.

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Segundo as investigações, os contratos previam que os médicos eram sempre sócios. O pagamento era feito como distribuição de lucros, porém a arrecadação tributária era incompatível com os valores pagos.

As investigações começaram há cerca de um ano e estão concentradas nos contratos firmados com os hospitais nos anos de 2013 e 2014. A estimativa da Delegacia da Receita Federal é de que, nesses dois anos, as prestadoras de serviços tenham sonegado mais de R$ 65 milhões em impostos e contribuições federais. A partir de agora, as terceirizadas e os profissionais vinculados a essas empresas serão diretamente fiscalizados.

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"A Receita Federal vai apurar eventuais sonegação tributária. Se dessa apuração também resultar indícios de dolo, do ânimo de fraudar, em geral decorre daí uma representação ao Ministério Público e uma eventual propositura de medida penal", disse Bosser.

As investigações apontaram ainda que essas empresas de terceirização estão dominando a oferta dos serviços médicos no Estado. Com isso, a contratação de médicos acaba sendo possível apenas por meio das empresas. O controle do mercado de trabalho também será fiscalizado.

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