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Economia

Acordo garante liberação de dados da Receita para auditores do TCU

O imbróglio já ameaçava interferir na análise das contas de 2018, com o risco de abstenção de ministros por falta de informações

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
audima
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Foto: Divugação
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A equipe econômica e o Tribunal de Contas da União (TCU) selaram acordo para liberar o repasse de dados da Receita Federal a auditores do tribunal. O acesso a essas informações é considerado necessário pelos técnicos para correta avaliação das contas do governo, mas o Fisco argumentava insegurança jurídica para compartilhar os dados. O imbróglio já ameaçava interferir na análise das contas de 2018, com o risco de abstenção de ministros por falta de informações, o que levou o governo a agilizar o acerto.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a Advocacia-Geral da União (AGU) emitirá parecer vinculante para permitir o compartilhamento das informações sem caracterizar quebra de sigilo fiscal. Um decreto presidencial também será editado para regulamentar a transferência dos dados.

O TCU vinha pressionando a Receita desde 2017 para ter acesso a informações detalhadas. Os auditores argumentavam que era preciso acessar dados individuais (mesmo sem identificação do contribuinte) para verificar se o saldo de algumas contas, como de créditos tributários a receber, estava correto.

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No ano passado, sob a gestão do então ministro da Fazenda Eduardo Guardia, o governo criou uma "Sala de Sigilo" nas dependências da Receita, onde os auditores do tribunal entravam para acessar os dados.

Restrições. Mas o ambiente controlado tinha tantas restrições - sem acesso a internet, e até restrição a uso de papel e caneta - que o plenário do TCU resolveu informar o governo que a sala foi insuficiente para melhorar a transparência da Receita perante a auditoria do TCU.

O tom subiu nos últimos dias com despacho do ministro Bruno Dantas, no âmbito de um processo de fiscalização, dando 24 horas para que a Secretaria Especial da Receita desse acesso aos dados solicitados. Dantas alertou que o descumprimento da decisão poderia resultar no afastamento temporário de servidores, incluindo a cúpula do Fisco.

O desconforto da Corte de contas com a postura do Fisco quase respingou no julgamento das demonstrações de 2018 do extinto Ministério da Fazenda. O processo, relatado pela ministra Ana Arraes, estava na pauta de ontem do plenário do TCU e serve de subsídio à análise das contas de governo.

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Fontes do tribunal relataram que havia nos bastidores um movimento para votar pela abstenção nessas contas. Seria um recado ainda mais forte do TCU ao governo para a necessidade de abrir os dados e um passo anterior à rejeição das contas.

Diante da gravidade da situação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e auxiliares entraram no circuito para costurar uma solução. Enquanto isso, o processo relatado por Ana Arraes ficou em compasso de espera no plenário do tribunal e acabou não sendo julgado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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