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Economia

Setor elétrico apela ao Congresso por MP 814 e resolução de risco hidrológico

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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A principais associações do setor elétrico organizam um movimento de apelo ao Congresso para a retomada da votação da Medida Provisória (MP) 814, que destrava a privatização das distribuidoras da Eletrobras. Pelo acordo proposto pelas entidades, nem a MP original, nem o relatório apresentado pelo deputado Júlio Lopes (PP-RJ), cheio de emendas parlamentares, iriam à votação. A ideia é que o texto a ser apreciado tenha apenas um artigo, para resolver o problema do risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês), que se arrasta desde 2015, travou o mercado de energia e gerou uma inadimplência de quase R$ 7 bilhões aos geradores.

De acordo com o presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase), Mario Menel, o plano tem apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No entanto, ainda é preciso aval do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Menel já enviou ofício a Oliveira na tentativa de sensibilizá-lo sobre a importância do tema. O Ministério de Minas e Energia (MME) não foi procurado pelas associações.

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"Não vejo resistência nessa proposta porque não há impacto tarifário nesse artigo, pois as compensações seriam realizadas por meio de extensão do prazo de outorga dos geradores. O maior risco de não se resolver esse problema é que, com o aumento do preço da energia no mercado, essa inadimplência pode chegar a R$ 30 bilhões até o fim deste ano", afirmou Menel.

Na última terça-feira, Maia e Oliveira avisaram ao presidente Michel Temer que não colocariam a MP em votação, pois ela traria aumento tarifário ao consumidor. A MP 814 caduca no dia 1º de junho e não há muita margem de manobra, pois quinta-feira é feriado. Isso significa que, para não perder validade, o texto precisaria ser votado na Câmara na terça-feira (29) e no Senado na quarta-feira (30).

Embora isso seja possível, não é usual, já que o Senado tem uma regra segundo a qual as medidas provisórias devem chegar à Casa com uma semana de antecedência. A MP está na pauta da Câmara da próxima semana, mas apenas porque ainda não perdeu a vigência. Já o Senado prevê votar várias MPs em bloco na terça, mas não há nenhuma previsão para quarta.

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Procurado pela reportagem, Maia não respondeu sobre a proposta. Oliveira manteve o que já falou no início da semana e disse que não votará nenhuma proposta que gere aumento no preço da energia.

A perda da validade da Medida Provisória 814 se tornou um problema para o governo, que trabalha para enviar um novo projeto de lei com os artigos que estavam originalmente na proposta. A decisão fez com que as ações da Eletrobras despencassem, pois a estatal aceitou assumir dívidas bilionárias das distribuidoras junto a fundos setoriais para facilitar sua privatização.

Sem a MP, esses rombos não têm mais garantia de cobertura legal, o que dificultaria a privatização da própria holding. Com o novo projeto de lei a ser enviado pelo governo, a companhia voltaria a ter segurança desse ressarcimento, mas ele precisaria ser aprovado no Congresso e sancionado pela Presidência da República para entrar em vigor.

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Nesta semana, o governo retirou do Orçamento de 2018 o dinheiro que a Eletrobras teria que pagar à União para ter direito a novos contratos de concessão. Devido a essas dificuldades, o mercado já não acredita mais na privatização da holding neste ano.

Os jabutis - emendas parlamentares avessas ao tema da MP - incluídos no projeto de lei de conversão da MP 814 não serão incluídos nem na iniciativa das entidades, nem na do governo. Mas o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) já anunciou a disposição de acatar essas emendas no relatório do projeto de lei de privatização da Eletrobras.

Entre os principais, estavam o reajuste da tarifa de Angra 3, o aumento do preço do gás fornecido pela Petrobras às termelétricas contratadas na época do racionamento de energia e a criação do Dutogas, que retiraria dinheiro do Fundo Social do Pré-Sal, destinado à saúde e educação, para a expansão da rede de gasodutos do País. (Colaboraram Igor Gadelha e Renan Truffi)

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