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Economia

Programa não subvenciona a Petrobras, mas o caminhoneiro, diz Guardia

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta terça-feira, 29, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que o programa apresentado pelo governo para encerrar a greve dos caminhoneiros não subvenciona a Petrobras, mas, sim, os consumidores de diesel.

"Não queria que se tivesse percepção equivocada sobre fatos. Se fosse subvenção para a Petrobras, estaríamos aumentado o lucro da empresa", afirmou o ministro.

Guardia afirmou ainda que o problema colocado é de nível de preço e de volatilidade do diesel. "Assim, quando você vai na bomba, você não sabe de quem está comprando o diesel, se da Petrobras ou do importador", explicou o ministro. "Para ter a redução do diesel, é preciso incorporar a totalidade. Não estou fazendo subsídio para empresa", reforçou. "O subsídio é para quem consome, e não para quem está produzindo."

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O ministro fez ainda comentários a respeito de fala da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) durante a audiência pública, que criticaram a política de reajustes dos preços pela Petrobras. "Temos que decidir se queremos economia com preços livres ou controlados. É uma diferença conceitual", afirmou aos senadores. "Nós (governo) acreditamos em economia de livre mercado", acrescentou.

Citou a reorganização do setor de petróleo no Brasil e a retomada dos leilões no setor. "O sucesso disso está passando pela possibilidade de retomar os leilões de petróleo. Precisamos do setor privado, e o setor privado requer regras transparentes", pontuou.

O ministro da Fazenda disse ainda que a redução do PIS/Cofins não afetará as despesas do governo. "Os cortes preservam a Saúde e a Educação, que tem mínimos definidos constitucionalmente", afirmou.

Apoio

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Guardia afirmou que o Senado e a Câmara não deram o apoio necessário à proposta do governo de tributação de fundos fechados. "Todos sabemos da dificuldade de fazer reforma tributária ampla no Brasil", disse.

Em meio a comentários de senadores de que é preciso fazer a reforma tributária no País, elevando a cobrança de impostos de contribuintes de alta renda, Guardia lembrou que, no ano passado, o governo Temer encaminhou ao Congresso uma medida provisória prevendo a tributação de fundos fechados - aqueles que reúnem investimentos de uma só pessoa. Estes fundos, considerados exclusivos, são geralmente utilizados por pessoas de alta renda. "Mandamos para esta Casa (Senado) a proposta, que significaria R$ 10 bilhões de tributação", afirmou Guardia. "Mas a MP caducou no Congresso."

Após o comentário de Guardia, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que esta proposta de tributação de fundos fechados "precisa retornar ao Congresso".

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A audiência pública na CAE, com a presença de Guardia, foi marcada para tratar da greve dos caminhoneiros. No domingo, o presidente Michel Temer anunciou uma série de medidas para encerrar a greve.

O governo decidiu reduzir em R$ 0,46 o preço do diesel por 60 dias. Depois disso, o combustível terá apenas reajustes mensais, para dar previsibilidade aos motoristas. O governo também arcará com eventuais prejuízos da Petrobrás.

Diesel

O ministro da Fazenda disse que o programa de subsídios ao preço do diesel terá custo de R$ 9,5 bilhões e exigirá como contrapartida a criação de um crédito extraordinário. Segundo ele, isso é necessário porque o programa não está sujeito ao teto de gastos, mas, por se tratar de despesa primária, exige compensação, de acordo com os termos da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ele afirmou que o custo programa será bancado de duas formas. Uma é o excesso de resultado fiscal, de R$ 5,7 bilhões, e a outra é o cancelamento de dotações existentes, de R$ 3,8 bilhões. Isso significa que o governo vai cortar despesas que não necessariamente foram autorizadas.

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"Tínhamos um decreto de contingenciamento que não autorizou todas essas despesas, mas parte do colchão de dotações não autorizadas terá que ser cortado", afirmou. "Esse esforço brutal é absolutamente compatível com nossa meta fiscal, mas exige sacrifícios", acrescentou. O ministro, porém, não esclareceu quais gastos serão cortados, mas adiantou que alguns benefícios fiscais serão cortados.

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