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Economia

IPCA bem menor no 1º tri impulsionou consumo das famílias, diz IBGE

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Uma inflação "bem menor" no início do ano impulsionou a alta do consumo das famílias nas contas do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, afirmou nesta quarta-feira, 30, Claudia Dionisio, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com igual período de 2017, o consumo das famílias de janeiro a março avançou 2,8%, puxando o avanço de 1,2% no PIB como um todo.

"Neste primeiro trimestre, a taxa do IPCA foi bem menor do que no primeiro trimestre de 2017", afirmou Claudia.

Segundo o IBGE, o IPCA acumulado em 12 meses era de 4,9% no primeiro trimestre de 2017. Nos três primeiros meses deste ano, o índice de inflação ao consumidor acumulou alta de 2,8%.

Além disso, lembrou Claudia, a taxa básica de juros (Selic) também está em patamar menor. Mesmo assim, para a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o efeito da expansão do crédito teve peso maior no impulso ao consumo das famílias do que o custo do crédito em si.

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Dados do Banco Central (BC) mostram crescimento nominal de 6,3% no saldo das operações de crédito a pessoa física. "O crédito deu uma acelerada", afirmou Rebeca.

Como resultado, o consumo de bens duráveis, mais afetado pelo crédito, foi o que mais impulsionou o consumo das famílias como um todo, disse Claudia. "Dentro desse consumo, o que mais contribuiu foram os bens duráveis", afirmou a pesquisadora, citando a venda de automóveis como exemplo.

Rebeca lembrou ainda das vendas de televisores por causa da Copa do Mundo de Futebol, que começará no próximo mês na Rússia.

Contribuição dos impostos

A contribuição dos impostos no PIB do primeiro trimestre de 2018 foi puxada pelo desempenho de atividades que são fortes arrecadadoras, como indústria e exportação. Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, os impostos sobre produtos cresceram 2,9%, mais que o valor adicionado do PIB no período, que avançou 0,9%.

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De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, os impostos que são considerados no cálculo são aqueles que incidem diretamente na atividade como IPI e ICMS. Indústrias que avançaram no primeiro trimestre, como a automobilística, são fortes arrecadadoras desses tributos.

Os dados do IBGE mostram que os setores que mais contribuíram para o resultado desse trimestre na ótica da produção são alguns dos maiores arrecadadores. O Comércio avançou 4,5% na comparação com o mesmo trimestre de 2017; a Indústria de transformação cresceu 4% e as atividades de transporte, armazenagem e correio, 2,8%.

FBCF

A alta de 3,5% na formação bruta de capital fixo (FBCF) dentro do PIB, na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e igual período de 2017, ocorreu apesar do desempenho da construção civil.

"Dentro dos investimentos, o que contribuiu foi a produção de máquinas e equipamentos e importações de bens de capital", afirmou Claudia Dionisio. "A construção contribuiu de forma negativa, mas as outras atividades mais do que compensaram, foram maiores que a contribuição negativa da construção", completou a pesquisadora.

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Na comparação com o período de janeiro a março de 2017, o PIB da indústria de construção registrou queda de 2,2% no primeiro trimestre deste ano. Nessa ótica de comparação, já são 16 trimestres seguidos de queda. Segundo Claudia, o mau desempenho da construção civil se deve ao ajuste fiscal em todas as esferas de governo, que atingem tradicionalmente os investimentos públicos, a queda de demanda na recessão e aos problemas das empreiteiras investigadas por corrupção.

Como resultado, a taxa de investimento do primeiro trimestre ficou em 16,0% do PIB. É a segunda taxa mais baixa para primeiros trimestre da atual série histórica do PIB do IBGE, iniciada em 1996. Apenas a taxa de investimento do primeiro trimestre de 2017 (15,5% do PIB) ficou abaixo.

Bandeira verde

A incidência da bandeira tarifária verde ao longo do primeiro trimestre de 2018 impulsionou o desempenho positivo da atividade de Eletricidade e gás em relação ao quarto trimestre de 2017, apontou Claudia Dionisio.

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A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos avançou 2,1% no primeiro trimestre de 2018 ante o quarto trimestre de 2017.

"O que aconteceu? Ficamos praticamente o trimestre todo com bandeiras verdes, comparando com bandeiras vermelhas e amarelas no trimestre anterior (quarto trimestre de 2017). A energia ficou mais barata", justificou Claudia.

Na direção oposta, a atividade de Informação e comunicação recuou 1,2% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2017 e as Atividades financeiras tiveram leve recuo de 0,1%. Segundo a gerente do IBGE, os setores de telecomunicações e financeiro demoraram um pouco mais a sentir os efeitos da crise e agora também demoram mais a recuperar.

Já a Construção encolheu 0,6% no primeiro trimestre de 2018 em relação ao quarto trimestre de 2017.

De acordo com Rebeca Palis, o setor ainda mostra perdas relacionadas ao envolvimento de construtoras na Operação Lava Jato mas também pela necessidade de ajuste fiscal conduzido pelos governos devido ao período de restrição orçamentária.

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"Aqui dentro (na Construção) tem uma parte relevante de investimento público, das três esferas (federal, estadual e municipal), e a gente está num período já há algum tempo com déficit fiscal. A primeira coisa que (governos) cortam geralmente é investimento mesmo", afirmou Rebeca.

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