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Economia

Brasil lidera casos de corrupção internacional nos Estados Unidos

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Washington - O Brasil lidera o ranking de países em que ocorreram casos de corrupção internacional sob investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Com 30 menções, o País tem quase o dobro de registros do segundo colocado, a China, mostra levantamento do FCPATracker baseado em comunicados a agências reguladoras das 104 empresas que revelaram estar sob investigação.

O Brasil ultrapassou a China e assumiu a liderança da lista pela primeira vez no ano passado, quando apareceu em processos de 19 companhias. No ano anterior, o País havia sido mencionado por 11 empresas investigadas com base no Ato de Práticas de Corrupção Internacional (FCPA, na sigla em inglês), a legislação americana que pune o pagamento de subornos para obtenção de vantagens indevidas no exterior.

A lei se aplica às companhias dos EUA e a todas as demais que tenham papéis negociados nas bolsas americanas ou usem o sistema bancário do país para a prática de atos ilícitos.

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O grande aumento no número de empresas investigadas por ações realizadas no Brasil é resultado da postura mais agressiva das autoridades locais na investigação de casos de corrupção e da crescente cooperação entre os dois países. "Eu não consigo pensar em nenhum outro país em que a coordenação entre os procuradores e as agências de combate à corrupção seja tão próxima. A parceria entre os Estados Unidos e o Brasil é a mais forte de todas", disse Eric Snyder, sócio do escritório de advocacia Jones Day.

Sua própria trajetória é um exemplo do peso cada vez maior do Brasil nos casos de corrupção internacional investigados pelo Departamento de Justiça. Ex-procurador federal, Snyder começou a trabalhar em 2010 com empresas brasileiras ou americanas com atividades no Brasil acusadas de violarem o FCPA. Neste ano, ele decidiu se mudar com a família para São Paulo.

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"Eu vi um aumento significativo no número de investigações conjuntas realizadas pelo Brasil e os Estados Unidos desde 2010. É uma tendência crescente, que realmente se acelerou nos últimos dois anos", disse Snyder.

Aliado

Nesta semana, uma das principais autoridades do Departamento de Justiça, o procurador Trevor McFadden, está no Brasil. Na segunda-feira, 22, ele se reuniu com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e nesta quarta-feira, 24, fez uma palestra em São Paulo em evento sobre combate à corrupção. "Ao longo dos últimos anos, o Brasil se tornou um dos mais próximos aliados do Departamento de Justiça dos EUA na luta contra a corrupção", afirmou.

Secretário adjunto de Cooperação Internacional da Procuradoria Geral da República, Carlos Bruno Ferreira da Silva disse que essa área foi reforçada de maneira expressiva desde o início da gestão de Janot, em 2013.

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"A progressiva confiança com autoridades de outros países aumentou o número de contatos e, com isso, o número de cooperações", afirmou Silva. "Sempre que aparece mais corrupção é porque melhorou a investigação."

Silva disse que não podia revelar se McFadden e Janot discutiram o caso da JBS, mas observou que a pauta do encontro abrangeu o combate à corrupção, ao lado de tráfico de drogas, crimes cibernéticos, extradição e imigração ilegal. Na terça-feira, a J&F, controladora da JBS, confirmou que contratou um escritório nos EUA para representá-la perante o Departamento de Justiça.

"Eles nos comunicaram que vão reforçar a equipe que atende o Brasil na parte de extradição, que eventualmente envolve pedidos relacionados à corrupção e crimes cibernéticos", disse Silva, sobre o encontro entre McFadden e Janot.

Professor de Legislação Anticorrupção Internacional da Universidade de Richmond, Andrew Spalding ressaltou o elevado número de menções ao Brasil no FCPATracker é um indício de que os EUA estão tendo mais sucesso em processar companhias suspeitas de praticar atos de corrupção no país.

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"Quando os Estados Unidos investigam casos de corrupção internacional, um dos problemas é a falta de cooperação de governos estrangeiros, seja por falta de vontade política ou de recursos", ressaltou Spalding, que é um dos editores do FCPA Blog, responsável pelo levantamento de dados do FCPATracker. "O Brasil demonstrou ter enorme disposição política e os recursos necessários para isso."

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