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Economia

Presidente mundial da Shell diz ter confiança no clima de investimento no Brasil

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O presidente mundial da Shell, Ben van Beurden, disse nesta quinta-feira, 23, que as manchetes dos jornais de hoje referentes ao balanço da Petrobras são desconfortáveis, mas avaliou que a estatal brasileira sairá da crise. Disse também ter confiança no clima de investimentos no Brasil. Mesmo assim, Beurden admitiu que a sucessão de escândalos na Petrobras fez a anglo-holandesa Shell examinar com "muita atenção" os "possíveis riscos" para o projeto de exploração de petróleo no Campo de Libra. Em outubro de 2013, o consórcio formado por Petrobras, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell arrematou a área do Campo de Libra.

As declarações do presidente mundial da Shell foram feitas em coletiva de imprensa depois de audiência de uma hora e trinta minutos com a presidente Dilma Rousseff e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, no Palácio do Planalto.

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"Claro que as manchetes de hoje (referentes à divulgação do balanço da Petrobras) são desconfortáveis, mas o fato é que temos trabalhado por muitos anos com a Petrobras em nossa parceria. Vemos a Petrobras como uma empresa muitíssimo competente, muitíssimo talentosa e muitíssimo forte no que se refere ao desenvolvimento de projetos em sua área de atuação", comentou Ben van Beurden.

A visita de Ben van Beurden ocorre um dia depois de a Petrobras reconhecer em seu balanço financeiro de 2014, divulgado ontem, uma perda de R$ 6,194 bilhões por causa de gastos relacionados à corrupção, feitos de 2004 a 2012, e identificados nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

"Eu pessoalmente tenho 100% de confiança e certeza que a Petrobras sairá do atual episódio e entendo que sairá mais forte como empresa no futuro", comentou o presidente mundial da Shell.

Riscos

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Segundo Beurden, a Shell levou "plenamente em conta" o potencial impacto das denúncias de corrupção sobre as atividades em desenvolvimento, como no projeto de Libra.

Questionado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se a situação delicada da Petrobras não poderia comprometer a parceria na exploração de Libra, Beurden respondeu: "Dada a forma como o escândalo se desdobrou, temos por isso examinado com muita atenção os possíveis riscos para o projeto de Libra, e também para outros projetos da carteira da BG (British Gas) no Brasil."

A aquisição da BG pela Shell, por 47 bilhões de libras (cerca de US$ 69 bilhões), foi anunciada no início deste mês. Ao adquirir a petroleira britânica BG, a anglo-holandesa Shell passou a responder, da noite para o dia, por 16% da produção atual no pré-sal brasileiro e por 6% da produção nacional de petróleo e gás. Com a união entre as duas companhias, a nova gigante europeia do setor energético prevê que será a "principal parceira" da Petrobras no País, com uma produção que pode ser multiplicada por dez até o fim da década.

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"Temos confiança no clima de investimentos no Brasil, confiança na base de recursos do Brasil. O Brasil é um parceiro forte, estratégico para nós. Esperamos que se tornará um País ainda mais estrategicamente posicionado com a recente aquisição da BG (British Gas) pela Shell", ressaltou Beurden, destacando o interesse em uma parceria da Shell com a Petrobras. Na avaliação de Ben van Beurden, a parceria da Shell com a Petrobras vai durar "por muitas décadas por vir".

"Informei a presidente Dilma sobre os planos da Shell para o Brasil, externei a ela nossa confiança no setor brasileiro, continuamos com nossos planos de investimento no Brasil para o longo prazo", comunicou.

Pré-sal

Para o executivo, os recursos do pré-sal no Brasil são "uns dos melhores" do mundo. "Estamos confiantes sobretudo nas operações conjuntas em andamento no Campo de Libra, e antecipamos com muito interesse, senso de respeito mútuo, nossos investimentos futuros com a empresa. Desejamos aprofundar nossa relação de trabalho com a Petrobras na medida em que temos um conjunto de habilidades técnicas complementares, as duas empresas trazem complementos no que se refere ao perfil técnico de cada uma", disse Beurden.

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Em relação à queda no preço do petróleo, o presidente mundial da Shell reconheceu que o atual valor suscita "alguma dificuldade se comparado ao preço de um ano atrás", mas afirmou que, a médio prazo, acredita que os "fundamentos do mercado vão se estabelecer, de modo a permitir preços mais altos".

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