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Economia

Concorrência aumenta no Porto de Santos

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São Paulo - Desde que os primeiros navios atracaram no cais da Embraport e da Brasil Terminal Portuário (BTP), inaugurados entre julho e agosto de 2013, uma nova dinâmica começou a ser desenhada no Porto de Santos. Por trás desses novos personagens estão gigantes nacionais e estrangeiros que, ao se unirem, criaram uma concorrência que há anos não se via no maior complexo portuário da América Latina.

Até fevereiro, a concentração no mercado de contêineres, nas mãos de três grandes empresas, havia caído 21,3 pontos porcentuais, de 94,4% para 73,1%, segundo relatório da Companhias Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o porto santista. Os dois novos terminais abocanharam não só a demanda reprimida, calculada em 10% da movimentação do estuário, mas também retiraram uma fatia de antigos operadores, como Santos Brasil, Libra, Ecoporto e Rodrimar.

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Entre março e este mês, as participações continuaram mudando. A Embraport garante que já detém 15% da movimentação de contêineres em Santos - em fevereiro, estava com 13,3%. Controlado por Odebrecht TransPort e DP World (empresa do governo de Dubai), o terminal consumiu investimentos de R$ 2,3 bilhões e demorou sete anos para sair do papel, desde a licença de instalação.

Hoje, oferece três linhas de cabotagem na costa brasileira e argentina, uma para o extremo oriente e outra para o Caribe, América Central e Norte da América do Sul, explica o gerente de projetos da empresa, Wilson Lozano. As rotas são feitas por grandes companhias marítimas, como Maersk Line, Safmarine, Hamburg Süd e CMA CGM, entre outras gigantes.

Quanto mais empresas de navegação atenderem os terminais, maior a chance de sucesso nos negócios. Se o terminal tem como sócio uma armadora, é meio caminho andado, afirmam executivos em Santos, numa referência à BTP. Ela tem entre os sócios dois armadores líderes: a dinamarquesa Maersk e a suíça MSC. Em fevereiro, a empresa era responsável por 9,2% da movimentação de contêineres em Santos, segundo dados da Codesp.

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O terminal, de R$ 2 bilhões, foi inaugurado em agosto do ano passado e hoje oferece seis rotas feitas pelos armadores aos clientes. Segundo o diretor de relações internacionais da BTP, Paulo Simões, o terminal só não está operando a pleno vapor por uma limitação na profundidade do acesso aos berços de atracação. "Com essa restrição solucionada poderemos receber navios maiores, de 300 metros de comprimento, o que permitirá melhorar a produtividade", diz Simões.

Além de sócios de peso, contam a favor dos dois terminais a infraestrutura moderna com equipamentos de última geração. Na prática, isso significa maior produtividade e menos tempo de espera dos navios.

Líderes

Com a concorrência batendo à porta, há terminais "antigos" correndo para não perder ainda mais terreno no mercado. Mesmo aqueles que têm equipamentos de ponta, como Santos Brasil e Libra, estão suando a camisa para não deixar a liderança.

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O aumento da oferta em Santos - algo que se buscava há anos - deu mais poder aos armadores, que agora podem escolher em quais terminais operar. Nessa negociação, há empresas que pediram até 25% de redução nos preços praticados pelos terminais. "O armador quer saber onde atracar com mais velocidade e menos custo", afirma o presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli.

Embora tenham bons índices de produtividade, Santos Brasil e Libra - primeiro e segundo colocados no ranking de movimentação de contêineres - sabem que devem perder ainda mais espaço para os concorrentes novatos. "Acreditamos que ainda não houve uma acomodação. Os dois terminais vão continuar brigando por mercado. Nossa expectativa é perder ainda mais um pouco de participação", afirma Mauro Salgado, o diretor Comercial da Santos Brasil, que oferece 15 serviços (rotas feitas por armadores).

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Na opinião dele, porém, é melhor concorrer por cargas dentro do porto do que fora dele. "Se não há capacidade num porto, a carga vai para outro terminal. Recuperá-la é mais difícil. Disputar uma carga dentro do porto é mais fácil", diz Salgado.

Disputa

Pelos dados da Codesp, entre dezembro de 2012 e fevereiro deste ano, a participação da empresa no mercado de contêiner em Santos caiu de 54,7% para 47,6%. Na Libra Terminais, de 23,3% para 15,5%. "Hoje, a oferta de espaço em Santos é maior do que a demanda. A situação vai persistir por mais um tempo", afirma o diretor da Libra, Roberto Teller.

A esperança agora é que, em algum momento, essa concorrência dentro do Porto de Santos se traduza em redução de custos para importadores e exportadores. O coordenador geral do Comitê dos Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo, da Associação Comercial, José Cândido Senna, afirma que, por enquanto, não há informação sobre redução do preço logístico em Santos.

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"Os mais beneficiados com essa concorrência serão os armadores. Mas acreditamos que, num segundo momento, haja queda de preço para importadores e exportadores", diz ele. Isso, no entanto, vai depender de uma atuação mais firme das empresas de comércio exterior, até porque o poder dos armadores é muito grande. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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