Entenda como o coronavírus derrubou as bolsas de valores no Brasil
Na Bolsa de São Paulo as maiores perdas foram lideradas por Gol e Azul, cujas ações perderam 14,31% e 13,30% do valor de mercado, respectivamente. Vale e Petrobras tiveram queda de mais de 9,54% e 10,05%
As bolsas de valores e a cotação de moedas tem enfrentado sucessivas quedas no Brasil e no mundo após o surto do coronavírus. Com o aumento no número de infectados ao redor do globo e a confirmação do primeiro caso do coronavírus no Brasil, a Bolsa despencou 7% e o dólar bateu recorde de fechamento a R$ 4,48.
A especialista Yasmim Melo do mercado de investimentos e fintechs e fundadora do Instituto Nacional do Agente Financeiro, mostrou alguns dos motivos pelos quais as bolsas tem enfrentado sucessivas quedas:
“Vivemos em um mundo globalizado e onde não apenas as cadeias de produção estão interdependentes, mas todo o mercado, que hoje tem flutuação quase instantânea, na velocidade da informação e da internet, já que os pregões são eletrônicos e voláteis. Então quando investidores do mundo todo estão preocupados com o aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus fora da China, os impactos da doença são sentidos na economia global.”
Na Bolsa de São Paulo as maiores perdas foram lideradas por Gol e Azul, cujas ações perderam 14,31% e 13,30% do valor de mercado, respectivamente. Vale e Petrobras tiveram queda de mais de 9,54% e 10,05%, respectivamente.
Como proteger o seu investimento no mercado de ações das flutuações do mercado devido ao coronavírus?
Para Yasmim Melo, eventos como estes, de epidemias ou desastres naturais, que causam temor no mercado, não podem ser previstos e obviamente não há modelo ou método algorítmico que seja plenamente eficaz. Isto depende do feeling do trader, do investidor, de estar atento às notícias, às redes sociais dinâmicas como o Twitter e aos trendings. Olhando as épocas e estações os investidores podemos prever as colheitas.
O patamar alcançado no dia de hoje de queda da bolsa foi apontado por alguns especialistas do mercado como semelhante ao visto em 2008, com a crise imobiliária nos EUA, puxada pela falência do Banco Lemon Brothers. Contudo, na opinião da especialista ainda é cedo para dizer que estamos entrando em um cenário parecido.
Para Yasmim, a crise de 2008 foi desencadeada pela bancarrota de uma das principais instituições financeiras norte-americanas no ramo imobiliário e que tinha bilhões de dólares em títulos de dividas e hipotecas, e que naturalmente o coronavírus já está desacelerando a economia mundial devido ao temor do mercado e até mesmo a paralisação de alguns meios de produção, mas que ainda é cedo para prever com exatidão o impacto de tudo isto.