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Economia

Reforma não terá céu de brigadeiro, afirma líder de ruralistas

Ele buscou minimizar as críticas já feitas por lideranças parlamentares à articulação do governo, mas avisou que até agora houve apenas um "treino" e que a "hora da verdade" chega com o início da tramitação da proposta

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução / Instagram
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No comando de uma das maiores forças políticas dentro do Congresso Nacional, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), afirma que não dá para garantir que todos os mais de 270 filiados votarão a favor da reforma da Previdência. Ele buscou minimizar as críticas já feitas por lideranças parlamentares à articulação do governo, mas avisou que até agora houve apenas um "treino" e que a "hora da verdade" chega com o início da tramitação da proposta.

"Nós não teremos céu de brigadeiro na relação da reforma da Previdência, a gente sabe disso. Porque, na verdade, tem um contencioso de relação de natureza política e as pessoas vão tirar proveito desse debate", diz Moreira em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Ele também dá um recado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, com quem a bancada ruralista entrou em choque no início do ano, após a equipe econômica querer acabar com a proteção tarifária aos produtores de leite no Brasil.

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"Vamos certamente aprender a trabalhar juntos, o Parlamento e Paulo Guedes. Mas de onde ele veio? Ele nunca trabalhou com relação pública, tem formação completamente distinta. É absolutamente qualificado, mas fazer essa condução do uso do capital com responsabilidade social não é uma coisa dele. Ele é uma pessoa de ciências exatas, veio de lá e faz a conta. Agora tem um meio político, ele vai aprender com isso com certeza. A dor ensina a gemer", afirma Moreira.

Relação política

O presidente da FPA avalia que o governo tem um conjunto de pessoas "que não é afeito à relação política", mas evita tecer críticas porque, segundo ele, até agora não houve necessidade de pôr à prova a articulação do governo. "Vai ter agora, para a reforma da Previdência. Vamos ver como o governo age por meio de seus líderes, vice-líderes, ministros. Aí é a hora da verdade, por enquanto é treino", diz.

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Moreira tomou posse como presidente da FPA no dia 19 de fevereiro, véspera da apresentação da proposta. Ele sucedeu no cargo Tereza Cristina, atual ministra da Agricultura. Durante a tramitação da reforma da Previdência do ex-presidente Michel Temer, a frente foi um dos principais atores na discussão, mas nunca fechou questão ou comunicou posição oficial sobre a proposta - postura que deve ser repetida agora com a reforma do presidente Jair Bolsonaro.

"A Frente Parlamentar da Agropecuária não tem a pretensão de ter unidade com relação a isso, nem sequer de fazer qualquer tipo de tutela", afirma ele, que não arrisca um número de votos com os quais o governo poderia dar como certos a favor da reforma.

A posição coloca um obstáculo ao governo, caso a intenção seja manter a ideia de negociação de votações com frentes temáticas em vez de partidos específicos. "Eu não sei até que ponto isso funciona (negociação com frentes). Acho que o presidente, quando quis tratar com as frentes, queria muito mais tratar da composição de governo", diz Moreira.

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Ele defende que os congressistas possam indicar pessoas para ocupar cargos do governo nos Estados, desde que tenham currículo adequado para o posto. Recentemente, Bolsonaro sinalizou a Maia que aceitaria as indicações em prol da articulação pela reforma, desde que os candidatos tenham boa reputação.

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