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Economia

Executivos da BRF tinham conhecimento das alterações que ocorriam, diz PF

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Executivos da BRF tinham conhecimento das alterações que ocorriam, para burlar a fiscalização e a atuação do Ministério da Agricultura, relataram na manhã desta segunda-feira, 5, representantes da Polícia Federal e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura. A declaração foi dada em coletiva de imprensa para detalhar a terceira fase da Operação Carne Fraca, batizada de Trapaça.

O ex-presidente da BRF, Pedro de Andrade Faria, que ficou à frente do conglomerado de 2015 a dezembro do ano passado, foi preso nesta manhã, assim como o ex-vice presidente Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior.

Os resultados eram entregues já adulterados ao Ministério da Agricultura, disse o delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi Grillo.

São cumpridos desde o horário das 6 hora pela Polícia Federal 91 mandados decretados pelo juiz federal André Wasilewski Duszczak, da 1.ª Vara Federal de Ponta Grossa. São 11 ordens de prisão temporária, 27 de condução coercitivas e 53 de buscas e apreensões. De acordo com a PF, 10 dos 11 mandados de prisão foram cumpridos até agora.

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A investigação que culminou na Operação Trapaça começou nas granjas e, posteriormente, passou pelos frigoríficos e laboratórios, explicaram os profissionais à frente das investigações.

Grilo relatou que, pela troca de e-mails, boa parte das fraudes começou entre 2012 a 2015. "Nesse período, pegamos os indícios de fraudes", afirmou.

Ainda de acordo com ele, posteriormente, entre 2015 e 2017, foram encontrados indícios de continuidade das fraudes. "A fraude vinha sendo perpetuada", disse.

Ele afirmou que uma ex-funcionária, ao sair da empresa, ajuizou uma ação trabalhista, que serviu de prova para a investigação. "Ela guardava boa parte do que tinha de fazer de errado", observou.

Salmonela

O grande problema estava relacionado à salmonela, disseram representantes da Polícia Federal, durante entrevista coletiva para detalhar a Operação Trapaça. Alexandre Campos da Silva, coordenador-geral do Ministério da Agricultura, disse, porém, que o risco à saúde pública não está devidamente configurado. "A salmonela, por si só, não caracteriza risco, em razão da forma de cozimento", disse.

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Além do problema da salmonela, foram encontradas irregularidades com relação à ração. Segundo o delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi Grillo, uma funcionária do setor de qualidade da ração fez comentário em e-mail de que a estratégia da empresa era agir fora da lei mesmo.

As vendas de carne de frango brasileira para a União Europeia estão em queda. Em janeiro, as exportações brasileiras da proteína salgada para o continente caíram 47% na comparação com janeiro de 2017, para 8 mil toneladas. Isso ocorre, em grande parte, às notificações de salmonela no produto.

Servidores

Delegados da Polícia Federal disseram que, anteriormente, não era possível trabalhar em conjunto com o Ministério da Agricultura, porque havia servidores envolvidos. Para essa nova fase da investigação, entretanto, a PF teve todo o apoio do Ministério da Agricultura. "O trabalho em conjunto rendeu muitos resultados positivos", salientou.

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