Vitória tem 3ª maior renda média das capitais no Brasil, mas contraste social chama a atenção

Com a renda per capita de R$ 3.736, Vitória é a terceira capital brasileira no ranking do indicador. A capital capixaba fica atrás apenas de Florianópolis, cujo a renda média é de R$ 4.215, e de Porto Alegre, com renda de R$ 3.775.

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Os dados são do Mapa da Riqueza, da Fundação Getúlio Vargas, que utiliza como base as declarações do Imposto de Renda. O indicador que ajuda a medir o grau de desenvolvimento econômico é calculado por meio da divisão da renda pelo número de habitantes.

A capital do Espírito Santo aparece no levantamento na frente de grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro.

"É a menor capital do país em termos populacionais, mas tem uma característica comum com outros municípios que atraem alta renda, que é uma boa qualidade de vida. Vitória conjuga uma atividade produtiva com atração das pessoas com alta renda pela melhor qualidade de vida", destacou o diretor da FGV, Marcelo Neri.

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Apesar dos números, o contraste social chama atenção em diversos pontos de Vitória. Moradores como Eduarda das Neves precisam se desdobrar para garantir o sustento da família.

Às 7h, ela sai da casa onde vive na comunidade de São Benedito para trabalhar em um restaurante como auxiliar de cozinha. Depois das 15h, ela atua como design de sobrancelhas. Nos finais de semana, ela ainda vende churrasquinho. 

"Minha maior motivação é trazer o melhor para os meus filhos. Está tudo muito difícil, os custos das coisas aumentaram muito. Para trazer o melhor para ele, eu me desdobro. Mesmo assim, às vezes, passo aperto", contou. 

Com três empregos, segundo ela, falta dinheiro e tempo para ficar com a família e sobra muito cansaço no fim do mês.

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Na Região Metropolitana, segundo o ranking da FGV, a renda média da população de Vila Velha é de R$ 1.953. Em Guarapari, o valor é de R$ 991, na Serra é de R$ 852, em Cariacica é de R$ 576 e em Viana é de R$ 357.

Para o sociólogo Carlos Lopes, os dados apontam para um problema já conhecido na sociedade e que só poderá ser contornado quando houver políticas públicas eficazes. 

"Os dados apontam o que já é um problema crônico da sociedade brasileira e que não é diferente em Vitória e em outras cidades do Espírito Santo: a desigualdade estrutural que nós temos, o grande abismo do que muito tem e o que nada tem. É preciso um conjunto de políticas públicas, de renda, de acesso e oportunidades de inclusão social, a garantia de emprego e de educação de qualidade para todos", frisou.

*Com informações da repórter Luana Damasceno, da TV Vitória/Record TV.