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Economia

Vitória está entre as cinco capitais com mais endividados no país

Economistas recomendam que é importante mudança de hábitos e renegociação de dívidas, principalmente do cartão de crédito

Dayse Torres

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Vitória é apontada como uma das cinco capitais brasileiras onde o nível de endividamento está mais elevado no país. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Geofusion, empresa especializada em inteligência geográfica. A capital capixaba aparece ao lado de Brasília, Florianópolis, Recife e Curitiba. 

O estudo, que levou em consideração o período 2020-2021, quando a variação dos preços chegou a 10,06%, destaca a tomada de empréstimos para o pagamento de débitos, juros e seguros com dívidas pessoais e prestação de financiamento de imóveis. 

"Em todas as capitais e no Distrito Federal, verificamos variação de cerca de 17% no ticket per capita com esse tipo de gasto, quando comparados os anos de 2021 e 2020", revelou Susana Figoli, diretora de Inteligência de Mercado da Geofusion.

Segundo o levantamento, a média mensal de gasto per capita com esse tipo de despesa ficou em R$ 179,18, em Brasília; R$ 172,68, em Florianópolis; R$ 146,48, no Recife; R$ 145,98, em Curitiba, e R$ 126,44, em Vitória.

Taxas de juros

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Para Eduardo Araújo, economista e consultor do tesouro estadual, a capital do Estado pode estar em destaque porque os moradores ainda enfrentam a alta taxa de desempregos e queda da renda de quem está no mercado de trabalho. 

"Podemos verificar isso em Vitória ou em outras cidades do Espírito Santo. Podemos destacar, ainda, a elevação das taxas de juros das contas que as pessoas não conseguem pagar. Há um pequeno processo de geração de novos empregos neste momento e, consequentemente, a renda está reduzida", disse ele.

"Não se pode procrastinar o diálogo sobre o que é possível pagar" 

Para ajudar quem está endividado, Eduardo Araújo lembra que este é um momento de avaliação de gastos para tentar renegociar as dívidas com os credores. 

"As famílias precisam sentar para conversar. Não se pode procrastinar o diálogo sobre o que é possível pagar. As pessoas precisam fazer uma avaliação e eliminar o que tem maior juro, que, na maior parte das vezes, é cartão de crédito", disse ele. 

O consultor do tesouro estadual lembrou que a organização do orçamento familiar é essencial, tentar parcelar as dívidas é muito importante, e, se possível, a família pode tentar buscar uma segunda fonte de renda para quitar as dívidas. 

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Novos h´ábitos

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O economista Dihego Pansini destacou três pontos essenciais para que qualquer pessoa tente eliminar as dívidas. Para ele, a primeira ação deve ser mudar hábitos e abrir mão do que não é essencial e, em segundo lugar, o endividado deve renegociar as dívidas. 

"Quem deve, precisa procurar o credor e pedir renegociação. Explicar que está disposto a pagar, que deseja quitar aquele valor, pode levar à divisão do que se deve em várias parcelas e até redução dos juros. Os bancos e o cartão de crédito, que representa a maior causa de dívidas, oferecem boas renegociações. ´É preciso dialogar, mostrar que quer pagar e quitar as novas parcelas em dia", disse Passini.                         

O terceiro passo destacado pelo economista é sempre priorizar as contas que resultam em juros mais altos, caso não seja possível pagar todas as dívidas daquele mês.   

"Isso é o mais inteligente. Entre o cartão de crédito, que representa 80% das dívidas dos capixabas, e o carnê da loja de roupas do bairro onde mora, opte pelo primeiro. Vá à loja, explique a situação para do dona e pague depois. O juro será menor e, talvez, ela não cobre um valor extra nesse processo", completou ele. 

Dihego Pansini lembrou que cada família tem uma realidade diferente, mas esse cuidado com o orçamento é importante para que se possa ter uma gestão saudável das atuais dívidas e não criar novas. 

Cidades menos endividadas

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As capitais com menor nível de endividamento da população apontadas pelo estudo da Geofusion, empresa especializada em inteligência geográfica, são Boa Vista (ticket médio mensal per capita de R$ 13,55), Belém (R$ 20,14), Teresina (R$ 21,80), Manaus (R$ 22,75) e Palmas (R$ 23,56).

São Paulo e Rio de Janeiro, as cidades mais populosas do país, mantiveram em 2021 ritmo de endividamento médio, sem grandes alterações. A capital paulista apresentou variação ligeiramente maior, com o ticket per capita mensal que passou de R$ 88,27 para R$ 100,24. Já na capital fluminense, o ticket per capita mensal foi de R$ 75,17 para R$ 88,51.

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