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Economia

Subnotificação e omissão podem ter abalado dados sobre emprego

Economista da FGV diz que cenário não é tão ruim como mostra o IBGE nem tão maravilhoso como diz o Ministério da Economia

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Com apenas algumas horas de diferença entre um anúncio e outro o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 28 de janeiro, apresentou dados que mostram que o desemprego aumentou drasticamente no ano passado, mas logo depois veio o Ministério da Economia e comemorou, falando do mesmo assunto, os resultados de 2020.

A diferença de metodologia e dos públicos monitorados ajuda a explicar a aparente disparidade, mas mesmo assim restam dúvidas nos economistas.

Se por um lado, no trimestre de setembro a novembro medido pela Pnad Continua, do IBGE, subiu de 11,2% para 14,4% o percentual de desempregados formais e informais no Brasil, o Ministério da Economia diz que foram criadas 140 mil vagas com carteira assinada em 2020, número registrado pelo Caged.

Os dois estão certos, explicam economistas ouvidos pelo R7, mas há a chance de o cenário nem ser tão bom quanto o Caged mostrou nem tão ruim como apurou a Pnad.

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Rodolpho Tobler, economista da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz ser evidente que o mercado de trabalho brasileiro dá sinais de melhora, mas os índices não captam com exatidão todas as movimentações. "O Caged tem subnotificação nas demissões e o IBGE pode ter ficado sem a informação de pessoas que conseguiram emprego e preferiram não informar."

As duas principais hipóteses levantadas pelo economista são de que empresas pequenas do país fecharam as portas e não reportaram aos órgãos federais os desligamentos. "Sem cliente, sem caixa, o empresário faliu e as pessoas foram para a rua", explica.

Segundo a consultoria Boa Vista, o número de falências em 2020 aumentou 12,7% em relação ao ano anterior.

Em relação ao IBGE, que passou a fazer as pesquisas por telefone durante a pandemia de covid-19, e não presencialmente, como era antes, existe o risco, conta Tobler, de brasileiros, por medo de perder o auxílio emergencial, terem mentido ou omitido que já estavam trabalhando.

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"A pessoa que já recebia o auxílio pode ter conseguido um novo emprego e, achando que a informação chegaria ao governo, não reportou ao IBGE com receio de tirarem dela ou de algum parente o benefício." 

Fonte: Portal R7

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